O Wattpad é um aplicativo onde todos tem a oportunidade de ler e compartilhar histórias autorais de forma totalemnte gratuita. Através dele, rompemos as fronteiras entre o autor e seus leitores, proporcionando um relacionamento íntimo entre ambas as partes.
Confesso que EU NÃO USAVA O
WATTPAD até semana passada. Não lembro o motivo de não instalar no celular logo
que grande parte dos amigos colocou e começou a divulgar os trabalhos por lá.
MAS TUDO MUDOU! Eu instalei lá pelo dia 18/06 e viciei!
Logo de cara achei alguns amigos
e fui correndo adicionar itens à biblioteca. Achei estranha a ideia de um
capítulo por vez e muitas obras inacabadas. Não sei como seria isso para os
leitores, então resolvi ariscar.
Escolhi um que me chamou atenção
pelo título e pela sinopse. Poder Extra G, da Thati Machado. Já contava com 40
capítulos e achei que levaria um tempo para ler tudo. Mesmo sabendo que ainda
não estava acabado, ela talvez fosse colocando os capítulos mais rápido do que
eu estaria lendo. LEDO ENGANO!
Thati Machado consegue entreter e
leva o leitor pelas aventuras da fofa e linda Nina! Essa me cativou pelo jeito
de falar, agir e nerdices. Aproveitei o contato com a autora para uma
entrevista.
A escritora de 24 anos tem publicadas as seguintes obras:
- Ponte de cristal, 2014 (Laço Editorial, impresso)
- Com outros olhos, 2014 (e-book Amazon e impresso)
- Papel, caneta e ação 2014 (e-book Amazon)
- Poder extra G 2015 (wattpad)
- Você nunca está sozinho 2015 (wattpad)
Para falar com ela:
- Facebook.com/pontedecristal
- ig: @machadothati
- Twitter: @thatimachado
- Wattpad: EscritThatiMachado
1.- Como e quando você começou a escrever?
Comecei a escrever aos doze anos.
Eu escrevia versinhos e diários, algo extremamente pessoal e por puro prazer.
Alguns anos depois me aventurei nas fanfictions
e então não parei mais. Escrevi peças para o colégio também e na faculdade de
artes cênicas, a melhor parte era criar o meu próprio texto.
2.- Onde busca
inspiração para criar?
A inspiração vem de todo lugar.
Acho que é impossível o autor se afastar completamente da sua obra, pois ainda
que de forma inconsciente, alguma vivência dele se fará presente em seu
trabalho. Tudo o que eu vejo, como, ouço, imagino, toco... Tudo isso, de alguma
forma, me inspira.
3.- Na hora de escrever, tem alguma mania?
Acho que nesse quesito eu sou bem
normal, rs! Não gosto de ser interrompida enquanto escrevo, então na maioria
das vezes eu simplesmente me isolo. Por algumas horas me afasto do celular, das
redes sociais, dos amigos e familiares e me dedico a escrever.
4.- Tem algum tema que se recusaria a escrever? Por quê?
Nossa, nunca me fizeram essa
pergunta e sinceramente, nunca parei para pensar nisso. Eu acho que todos os
temas podem ser pertinentes se abordados da forma correta. Por exemplo, eu
odiaria ter que criar um personagem preconceituoso, a menos que a abordagem
visasse reflexão e aprendizado. Eu jamais escreveria uma obra que propagasse o
ódio e a violência. Enquanto escritora, acredito que tenho um papel social a
exercer e jamais abriria mão disso.
Antes de escrever “Poder extra G”
eu escrevi um conto chamado “Impermeável”. Trata-se de uma história juvenil que
fala sobre bullying e traz
protagonistas com suas peculiaridades. Nunca publiquei o conto (mas pretendo
fazê-lo em breve na Amazon), mas ele
acabou me inspirando a criar a Nina. Imaginei como seria essa menina no
futuro... E durante um banho noturno (são os melhores, rs!) acabei pensando
numa gorda divertida, bem humorada, sarcástica e cheia de amor próprio. Sempre
fui gorda e na minha adolescência sofri muito com isso, achei que criar a Nina
poderia ajudar meninas como eu. Naquela época eu gostaria de ter tido algum
escritor para me ajudar e para me fazer sentir inclusa nas lindas histórias que
costumava ler.
6.- Algum recado para os leitores?
Eu sou péssima com esses recados,
sabe? Na maioria das vezes quero dizer tanta coisa que acabo me enrolando e não
dizendo nada, rs. Mas bem, vejamos... Quero agradecer imensamente aos meus
leitores, que são a força motriz do sonho que estou vivendo. Quero agradecer
aos blogueiros queridos que, assim como a Marcia, sempre se mostram
interessados no meu trabalho e dispostos a me ajudar. E bom, para quem ainda
não conhece a mim ou ao meu trabalho, deixo aqui um convite: procure pelas
minhas obras, tenho certeza que você vai se identificar com ao menos uma delas.
7.- Gordofobia ficou em evidência no final de semana pelo post infeliz
da Sophia Abrahão que comentei sobre isso no “mimimi de segunda”. Além da carta
aberta da Nina (abaixo), algum comentário/recado para as pessoas que
praticam/presenciam/sofrem gordofobia?
Acho que naquela carta eu
consegui expressar boa parte da minha indignação e tristeza em relação ao
lamentável fato envolvendo a Sophia. O único que ainda posso fazer é deixar
aqui um pedido: peço, de todo coração, que você aí do outro lado do computador,
que está lendo essa entrevista, pense duas vezes antes de agredir outra pessoa.
Ser “diferente” da maioria não é fácil e há muita coisa envolvida. Talvez você
não entenda, mas aquele insulto impensado da Sophia pode ter destruído algum
adolescente perdido e confuso. Acho que é extremamente importante valorizarmos
a singularidade de cada pessoa. É isso que torna cada um de nós especial.
"Estimada Sophia,
venho através dessa mensagem parabenizá-la por tamanha mediocridade e ignorância. Não admiro profissionais que são pagos basicamente para fazer fofocas e pelo que pude ver, você também não. Exceto quando a fofoca em questão te enaltece e ajuda no aumento do seu cachê, não é? Bom, mas isso não é relevante agora, não na minha carta. Você tinha um prato cheio nas mãos para poder expressar como a mídia pode ser suja e manipuladora. Com uma rápida pesquisa no Google a senhorita se valeria de argumentos inteligentes e contundentes. Você desbancaria um mau trabalho de um jeito positivo e muito construtivo. Mas ao invés disso você preferiu ser preconceituosa e ignorante. Quando li esse seu comentário, a princípio fiquei com raiva. Mas logo em seguida fui invadida por um sentimento de pena. Sim, pena. Porque alguém que precisa recorrer à ofensas dignas do primário não deve ter muito mais para oferecer, não é?! Você poderia ter usado as suas curvas (as do cérebro, obviamente) a seu favor, mas preferiu "ofender" sua adversária mencionando as curvas físicas dela. Eu estou muito decepcionada, Sophia. Quando penso no futuro da teledramaturgia, não penso em mulheres como você. O rostinho bonito se vai com o tempo e tudo que é efêmero te abandona. E quando isso acontecer, o que você terá para nos oferecer? E bem, eu gostaria de te contar um segredo. Nem todas as mulheres estão insatisfeitas com seus formatos de bola. Eu, particularmente, acho tudo que é redondo mais atraente. O mundo é redondo, afinal de contas. Vivemos em uma bola e talvez você precise de algumas aulas de educação e etiqueta para deixar de ser tão "quadrada". Fico feliz por ser tão bem resolvida e amar minhas coxas grossas, minha bunda grande e minha barriga cheia de dobrinhas em lugares para lá de não convencionais, mas fico realmente preocupada com os adolescentes que ainda não descobriram o poder do amor próprio. Talvez você não saiba, Sophia, mas jovens no mundo inteiro sofrem bullying por conta do sobrepeso (ou de qualquer outra coisa que os torne diferentes). E você, propagando esse tipo de pensamento por aí não facilita a vida de nenhum deles. Muito pelo contrário. Por ser admirada principalmente pelo público jovem, você pode ter sido o motivo de um choro calado, de um corte no punho, de uma dieta desumana e de tantas outras atrocidades nas quais meu coração nem consegue pensar. Talvez o seu cérebro esteja precisando de mais curvas, como essas do meu maravilhoso corpo de 93kg, mas se não puder pensar com o cérebro, tente ao menos pensar com o coração. E se ainda assim você tiver dificuldades, apenas poupe o mundo da sua ignorância. Não estou pedindo muito."
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