segunda-feira, 28 de agosto de 2023

GIBI SP FESTIVAL 2.0



Acontece sábado e domingo, dias 02 e 03 de setembro, o Gibi SP Festival 2.0!


Após uma excelente primeira edição ano passado, o evento retorna ainda maior, reunindo artistas, profissionais do mercado de quadrinhos em diversos painéis, quiz nerd, mecado de pulgas, leilão de raridades, lojas, sebos, editoras, colecionadores, concurso de cosplay e muito mais para o fã de quadrinhos.



O Gibi SP Fstival 2.0 terá como palco a Associação Brasileira de Cultura Japonesa, o tradicional Bunkyo, na R. São Joaquim 381, Liberdade.


Para ingressos e todas as informações acesse o perfil oficial:


@gibispfestival


Quer saber como foi a edição do ano passado? Nós contamos, clique aqui.





Até lá!


sexta-feira, 30 de junho de 2023

RESENHA MARTIN MYSTÈRE 4 E DYLAN DOG 24

 


            Já fazia um bom tempo que eu pensava em escrever resenhas de alguns dos heróis da Sergio Bonelli Editore, que vim a conhecer ainda em 2022. Já havia lido algumas edições de Julia Kendall (As Aventuras de uma Criminóloga) e gostado bastante. Mas foi somente com um pedido do amigo Paulo B. Werner, editor da revista OVNI Pesquisa, que conheci outros personagens da casa italiana.

            Paulo é fã de longa data dos heróis bonellianos, e inclusive teve uma carta publicada na edição 9 de Martin Mystère ainda pela editora Record. Esse foi um dos números que achei em formato “genérico” online, e depois tive a sorte de encontrá-lo em um sebo. Mordam-se de inveja!




            Sim, amiguinhos, houve uma época antes da internet, quando escrevíamos cartas, em papel, e as remetíamos para as revistas e quadrinhos que líamos. Se os editores gostassem, nossa carta seria publicada em uma edição seguinte, não era o máximo?

            O fato é que passei a gostar muito desses personagens, e de Martin Mystère, O Detetive do Impossível, passei também a Dylan Dog, o Investigador do Pesadelo. O universo de Martin, como Paulo o descreve, é uma combinação de Indiana Jones e Arquivo-X, repleto de conspirações, alienígenas e segredos do passado.

            Entretanto, é muito importante frisar que as tramas não têm absolutamente nada a ver com certo programa de um canal de documentários, capitaneado por um sujeito que se diz pesquisador, tem cabelo estranho e é participante de inúmeros memes, sempre usando a palavra “aliens” para explicar tudo!




            Pelo contrário, Martin é bastante cético e busca sempre evidências concretas para embasar suas teorias nem um pouco convencionais.

            Tais evidências já comprovaram que, em seu universo, existiram há algumas dezenas de milhares de anos duas civilizações antagônicas com nível tecnológico similar ao nosso. Eram Atlântida e Mu, que por fim se destruíram em uma guerra nuclear, deixando aqui e ali locais secretos para resguardar partes de seu saber. Vem daí muitas das histórias de Martin Mystère e seus amigos, envolvendo inimigos como os Homens de Preto e o ex-colega Sergej Orlov.



            Enquanto Martin opera a partir de Nova York, Dylan Dog habita uma Londres recheada de monstros, assombrações, assassinos seriais e outros eventos bizarros. Ele já foi agente da Scotland Yard, e inclusive se encontrou com Martin em algumas aventuras crossovers. Enquanto Mystère é frequentemente acompanhado pelo amigo Java, um homem de Neanderthal que ele conheceu no Extremo Oriente, além da eterna namorada Diana, Dylan tem a ajuda de Groucho, que exibe a exata fisionomia de Groucho Marx, mas deve ser incomparavelmente mais maluco do que ele. O ajudante de Dylan deve ser o maior mestre em piadas sem graça, ironias e cantadas baratas dos quadrinhos, sendo um alívio cômico para as aventuras do Investigador, algumas das quais bastante pesadas.




            Então, depois de ler algumas das edições “genéricas” que encontrei, me senti confiante o suficiente para escrever um artigo dedicado a Martin Mystère que foi publicado na OVNI Pesquisa número 13.

            Façam o favor de visitar o site da publicação e ler, hein?

            Vale acrescentar que os dois heróis têm carros característicos deles. Martin dirige uma Ferrari Mondial, modelo dos anos 1980 que se destacava por ser 2+2, os dois lugares regulares mais dois bem apertados atrás.




            Já Dylan pilota... um Fusca! Um modelo conversível branco que sempre participa das aventuras, já foi até destruído algumas vezes mas sempre retorna na edição seguinte sem maiores explicações.




            Por sinal, a edição italiana número 384, com o título La Macchina Che Non Voleva Morrire, é dedicada ao carrinho que é uma grande paixão de Dylan. Aguardo ansiosamente seu lançamento pela editora Mythos, e por sinal confiram as referências nas imagens!




            Para esta primeira resenha de nossos heróis escolhi uma edição de cada, com histórias verdadeiramente únicas e plenas de elementos bizarros. É muito difícil encontrar uma história da Bonelli que não seja boa!

 

Martin Mystère 4 Necronomicon, segunda série, editora Mythos

 


            Somente pelo título já se percebe que esta edição é uma homenagem ao mestre do horror cósmico, H.P. Lovecraft! Antes de começar, vale um alerta: nunca, nunca, NUNCA leia os textos iniciais das edições, que estão na mesma página do expediente, antes de ler a história! Muitas vezes eles trazem spoilers brutais a respeito das edições, e eu somente bati os olhos ali para saber que deveria fugir e ler o texto somente depois!

            Essa edição, publicada originalmente em 1990 como o número 103 italiano, homenageia os 100 anos de nascimento de Lovecraft, e os dez anos do falecimento de outro grande contator de histórias. Não, não vou escrever quem é, nem qual dos personagens dele aparece na trama.




            Um sujeito de seus sessenta e pouco, um tanto maltrapilho, anda com uma caixa metálica sob o braço e é atacado por marginais. Porém ele luta ferozmente, mata alguns, mas termina morto. No necrotério, pouco depois, o vigia aparece também assassinado, e a geladeira onde estava o corpo do sujeito da caixa vazia.

            A caixa continha um rolo de filme, que com muita sorte eles conseguiram regravar em uma fita de vídeo, que o policial Travis, velho amigo de Martin, trouxe para sua análise. Colocada no videocassete (vão pesquisar, eu não vou explicar essa tecnologia antiga pra vocês) surgem imagens da Nova Inglaterra, palco de várias histórias de Lovecraft, um porto com navios, depois marinheiros embarcando e iniciando uma viagem. Um navegador solitário surge, que subitamente salta para o mar. O filme passa então para uma imagem no interior de algo, e coisas muito estranhas são vistas. Coisas como monstros com tentáculos e outras criaturas.

            Martin, cético, se mostra impressionado e lembra que, na época em que o filme original aparentemente foi feito, não existia a Industrial Light and Magic, e nem tampouco Ray Harryhausen já mostrava seu inigualável talento para efeitos especiais.




            Travis diz que as digitais do sujeito dado como morto pertenciam a um homem... também dado como morto, e conhecido de Martin. Esse personagem tem o nome Pickman, que vem a ser outra referência a Lovecraft, e que Martin encontrou nas edições 5 e 6 da editora Globo. E sim, eu as estou procurando. Nessa aventura anterior Martin e Java visitam uma casa bem maluca em Providence.

            Falando em Java, ele pode ser um Neanderthal que não consegue se expressar falando nossos idiomas, mas é extremamente inteligente e tem capacidades bem além de nós, Sapiens. E conforme descoberto pela genética, antropologia e paleontologia eu, você, todo mundo tem em seu DNA genes vindos dessa espécie de homens, que foi contemporânea de nossos antepassados há algumas dezenas de milhares de anos. A série de fato está coerente com as últimas descobertas a respeito dos Neanderthais, e só nos resta lamentar que eles tenham sido extintos.




            Os eventos bizarros se sucedem, e a história vai ficando ainda mais estranha. Personagens retornam, outros aparecem (aquele do outro contador de histórias homenageado), e chega-se à conclusão que a sinistra fita, que exibe cenas diferentes cada vez em que é assistida, inspirou grandes mestres de várias mídias.

            Confuso? Sim, é! Mas o resultado é sensacional, com certeza bem diferente da maioria das histórias conhecidas pelos leitores. Recomendo muito, corram lá no site da editora Mythos!

 

Dylan Dog 24 Maelstron, segunda série, editora Mythos

 


            Leram A Metamorfose de Kafka? Pois esta é uma das referências nesta incrível aventura do Investigador do Pesadelo. Um homem, morando em um apartamento simples, recebe a visita de dois agentes da Scotland Yard que lhe dão voz de prisão. Ele diz que leva uma vida pacata e não entende as acusações enquanto se arruma. Então, usando utensílios cortantes, mata os dois homens em cenas sanguinolentas, se arruma calmamente e sai, agradecendo a seu senhorio pelo tempo que morou ali. Em outra pacata vizinhança, uma esposa conta a seu marido que viu um vizinho, transformado em uma barata gigante, ser esmagado em plena rua. Sim, só ela assistiu a esse fato bizarro.




            No escritório de Dylan e Groucho (o som da campainha, aliás, é ótimo e bem no clima das histórias: AAAARRRGGGHHH) o visitante da vez é um gato preto que arranha Dylan e foge. Nosso gato anda pela rua, e sob seu ponto de vista vemos seres no mínimo bizarros.

            Lembram da mulher que viu a baratona? Pois é ela quem encontra os cadáveres dos policiais, e chama Dylan. Ele investiga por perto, e termina por ver que uma das vizinhas é a dona do gato. O bichano é Cagliostro, e a   moça é a bruxa Kim, que o Investigador do Pesadelo já encontrara antes (na edição 2 da primeira série da mesma Mythos), mas nesse ponto ainda não se recorda.




            Achou a trama do Martin acima bizarra? Pois espere para ver as bruxas e assassinatos malucos desta história de Dylan Dog!

            Dylan por fim começa a se recordar de Kim, e neste ponto vale lembrar que nosso Investigador do Pesadelo costuma se apaixonar por uma garota nova a cada edição, geralmente suas clientes. Então, cenas de sexo e nudez light são também comuns em suas histórias. Leia com moderação! Ou não.




            Finalmente é descoberto que alguém está assassinando os 666 guardiões da magia, e que pretendem abrir o Maelstrom, um portal para uma dimensão infernal. Falando em dimensões é mencionado ainda o Tesseract, mas não aquele dos filmes da Marvel, e sim o de Cosmos de Carl Sagan, um hipercubo quadridimensional que, na história, dá acesso a inúmeras dimensões.




            Já ficou bizarro o suficiente?

            Nem vou comentar a cena com Dylan e Cagliostro a bordo do Fusca. Sim, alguns gatos têm faculdades muito especiais...

            No final entendemos o que é o Maelstrom, qual é a do relacionamento entre Kim e Dylan (mais ou menos), a identidade do assassino dos agentes lá no começo e quem era o marido da senhora que testemunhou as aparições. Uma edição maluca com uma história incrível, que recomendo fortemente!


            Assim são as edições da Sergio Bonelli Editore publicadas aqui no Brasil pela Mythos. Como disse, é muito difícil encontrar uma história fraca nas HQs da casa italiana. Vale muito a pena conferir, e em breve apresentaremos mais resenhas, combinado?

quarta-feira, 17 de maio de 2023

O CURIOSO CASO DE CTHULHU E CREMILDA, RESENHA


  Quando se viaja no tempo e entre as infinitas realidades do Multiverso, certas coisas são inevitáveis. Dessa maneira, é apenas natural que, mais dia menos dia, as monstruosidades imaginadas pelo grande mestre do horror cósmico, H.P. Lovecraft, acabassem confrontando o motorista e arruaceiro espaço-temporal mais grosso já criado à leste de Soledade, Rio Grande do Sul!

Sim, chegou finalmente a hora de apresentar mais uma resenha do extraordinário e hilário Cremildaverso! Nosso amigo e colega Gilson Luis da Cunha expande consideravelmente as aventuras de Cremilda, a Kombi mais rodada deste e de qualquer universo, e sua intrépida tripulação! O motorista mencionado acima, claro, é Alfredo Dantas Fagundes, Alfredão para os amigos, e seu companheiro é o brilhante estudante de filosofia e paranormalidade Otávio Medeiros.

Cremilda é uma Kombi “corujinha” modelo Luxo, 1963, personalizada por uma raça alienígena que já conhecia a viagem no tempo bilhões de anos antes do surgimento de nosso Sol. Essa tecnologia incrivelmente avançada tornou a perua azul com teto branco capaz de viagens interestelares, temporais e transdimensionais, e com ela Alfredo e Otávio vivem as mais insólitas aventuras.

É claro que vocês leram nossa resenha de Onde Kombi Alguma Jamais Esteve, livro vencedor do Prêmio Argos 2020, não é?

O resultado do encontro dos personagens do Cremildaverso com os Mitos de Cthulhu deu origem a um novo gênero: o Humor Cósmico! São três noveletas originalmente escritas para um projeto de autores brasileiros homenagearem o mestre Lovecraft, mas que foi infelizmente encerrado após o primeiro livro, Guerras Cthulhu, organizado por Mauricio R.B. Campos.

Assim, Gilson reuniu as três histórias em O Curioso Caso de Cthulhu e Cremilda, e o resultado foi uma tremenda bagunça em várias realidades paralelas e outras tantas linhas temporais! Confira uma das consequências, o aparecimento de Kombis de outras dimensões...



Brincadeiras à parte, o resultado é primoroso, brilhante, e muito hilário!

Onde as Sombras Não Têm Vez é a primeira história, na qual Alfredo e Otávio chegam bem a tempo a um mundo primitivo prestes a ser definitivamente destroçado por Cthulhu e sua horda de pesadelos. O diálogo entre os viajantes e o Grande Sacerdote dos Grandes Antigos é surreal e divertidíssimo, e a sequência da noveleta plena de revelações, citações de cultura pop (tradição desde Onde Kombi Alguma Jamais Esteve), e mais momentos hilários. Sem contar, evidentemente, referências ao universo lovecraftiano, até um final completamente surreal, digno mesmo do gênero Humor Cósmico!

Em O Horror Inaudível os Cremildanautas enfrentam outra criação de Lovecraft, Nyarlatothep, o Deus Vivo, o Faraó Negro e outras alcunhas menos conhecidas. Após um primeiro encontro milhares de anos antes de nossa era, com direito a mais referências à cultura pop, a monstruosidade permanece desaparecida por séculos.



Corte para o futuro, alguns séculos além de quando estamos, e a humanidade se espalhou por incontáveis planetas Via Láctea afora. A questão é que permanece sendo uma grande família, e como qualquer grande família vários parentes simplesmente não se suportam. Para isso é mantido um planeta neutro, onde reina a paz, a igualdade e o debate civilizado, até uma calamidade intervir.

Acontece uma reunião de embaixadores, e Alfredão lembra o caso de antigas colônias fundadas por comunidades fundamentalistas, que depois de algum tempo terminaram por exterminar a si próprias. O problema de todo fundamentalismo é que ninguém nunca é bom, puro ou correto o bastante o tempo inteiro. Faz pensar, não é?

Alfredo não seria Alfredo se não tivesse um plano B, e logo conhecemos outros lugares e personagens, como Tião. Dele só falo que a princípio arranca o terror de Otávio, mas conforme o motorista de Cremilda, apesar de suas origens é gente boa.



Toda boa história, entretanto, tem uma virada, e aqui ela acontece com a terrível invasão de outra criação lovecraftiana. Os mi-go (que surgiram na história Um Sussurro nas Trevas) atacam e causam um estranhíssimo efeito em Alfredo. Quem leu o conto original do mestre certamente vai adivinhar o que aconteceu, e que proporcionou mais cenas gozadíssimas. Além de ser também uma clara referência ao episódio mais trash de Jornada nas Estrelas, A Série Clássica.

Otávio, apesar de meio perdido, consegue graças a seu brilhantismo chegar a um protocolo de emergência de Cremilda. Com isso surge uma esperança de resolver a alarmante situação, o que nos rende mais comédia, além de novos personagens. O principal é Brunhilda, guerreira que não leva desaforo pra casa e também atende por alcunhas adoráveis como Valquíria de Satanás, Danação Ruiva e outras.

Nem preciso falar que aparecem mais referências pop, né?



Otávio e Brunhilda por fim invadem a base dos mi-go, Alfredo fica como novo, e chega então a hora de enfrentar o grande mal. E, por fim, os tenebrosos planos de Nyarlatothep são frustrados por uma arma secreta engendrada por Alfredão. Quer saber qual? Clique aqui por sua conta e risco, depois não me venha importunar em seus últimos momentos de sanidade após ouvir abominação tão indescritível!

Cthulhu & Cleomir... Ou a Noite em que Abdul Endoidou. Esse é o título da terceira e última noveleta desse livro sensacional. E esta trama centrada no próprio autor do amaldiçoado tomo conhecido como Necronomicon, o árabe louco Abdul Alhazred, fará com que caiam os butiá de todos os bolsos!

É claro que nenhuma história do Cremildaverso pode prescindir de amostras do bom e velho gauchês!

Bem, digamos que o almoço em família na casa de Otávio não foi, para ele, bem o que estava esperando. Este é um trabalho para Alfredo, e como o próprio motorista diz, em suas andanças pelo Cosmos ele deixou muita, mas muita gente mesmo P. de ódio.

Sim, temos mais referências pop!



E referências lovecraftianas especialmente, como O Horror de Dunwich, uma das melhores obras do mestre. Nem escrevo nada, vão ler!

Bem, depois de resolverem a questão de Dunwich parecia tudo bem, quando Otávio reparou, no banco de dados da Fortaleza Fantasma (Como não leram Onde Kombi Alguma Jamais Esteve? Está tudo lá!) e notou a falta de certas referências pop à obra de H.P. Lovecraft. E rastreou isso até uma visitinha que Alfredo fez ao pobre Abdul, agora um homem honrado e de família.

E aí, o almoço de domingo em família vale mais que a sanidade de um homem?

Finalmente nossos heróis resolvem a situação com brilhantismo. E os detalhes da produção do texto e da capa do terrível Necronomicon, de novo, são de rolar de rir. E a noveleta e o conto terminam com outra referência impagável, lembrando da tirada humorística que é o fato de Cthulhu ser um nome muito difícil de pronunciar. Na Fandon Wiki dedicada a H.P. Lovecraft, no verbete associado à sua criação mais famosa, existem várias pronúncias de seu nome. E uma delas, muito usada aqui no Brasil, chegou a constar da lista, Cleiton!



O universo extraordinário criado por H.P. Lovecraft é fonte de histórias fantásticas, pesadelos terríveis, e também de muita inspiração. Eu mesmo já bebi dessa fonte algumas vezes, especialmente na história Vó Nena e os Caçadores: O Diário de George Angelo, que é o prelúdio do e-book Vó Nena e os Caçadores: O Livro Maldito.

Nas histórias desse universo em meu blog, o Escritor com R, até já apresentei o fato de a velha Caçadora possuir, em sua vasta biblioteca e depósito de objetos enfeitiçados e amaldiçoados, uma cópia em português do Necronomicon. Como Vó Nena conseguiu esse tomo abominável é uma história ainda a ser contada.

Mais recentemente publiquei na Amazon a noveleta Os Gatos de Vecruz, inspirada em Os Gatos de Ulthar, também de Lovecraft. Esta foi minha segunda publicação pela Casa do Carvalho Press, o selo literário fundado por Gilson para autores independentes se divulgarem mutuamente. A ideia é excelente, e estamos aguardando vocês, escritores e escritoras, que acreditam que o único limite na literatura fantástica é a imaginação!



O Curioso Caso de Cthulhu e Cremilda é um excelente livro, com histórias repletas de humor e referências pop, além de muitas aventuras e reviravoltas. Sem contar a bela e respeitosa homenagem ao mestre H.P. Lovecraft, claro! Procurem o Gilson em seu perfil do Instagram, @gilsondacunha42 , ou busquem pelo livro e suas demais obras na Amazon.

Continuem apoiando a nós, os autores nacionais! Em tempos de tantas adaptações de livros e contos, bem que poderia finalmente chegar nossa vez, não?


Blueprint da Cremilda!


Iremos nos encontrar de novo em alguma realidade paralela, em alguma linha temporal.

quarta-feira, 12 de abril de 2023

FESTIVAL GIBIS E IDEIAS: FOMOS!

 

Gibis e Ideias.

            Em 11 e 12 de março aconteceu, no Naniwa-Kai - Espaço Osaka, lugar já bem conhecido da comunidade nerd, o Gestival Gibis e Ideias.

            A festa se deu nos moldes do Gibi SP Festival, e foi muito legal! Vários expositores, quadrinhos novos e usados, artistas expondo seus trabalhos, e muito bate-papo no palco. Receita perfeita para agradar ao fã de quadrinhos.

Gibis e Ideias. No centro e à direita Junior Batson.


            Este escriba foi convidado para, no sábado, participar do bate-papo 30 Anos de Arquivo-X, a série que revolucionou a ficção. O organizador Junior Batson, muito conhecido da turma dos quadrinhos, aceitou a sugestão do colega escritor Eduardo Marchiori e me chamou para essa conversa. Foi sensacional, fiquei incrivelmente honrado, e agradeço aos dois amigos pela lembrança!

Gibis e Ideias.


            O bate-papo foi comandado pelo editor Edson Rossato, e foi ótimo! Falamos da célebre divisão dos episódios, entre mitológicos (focados em alienígenas, OVNIs e a conspiração governamental para acobertá-los) e os monstros da semana. Destes, evidentemente Tooms foi lembrado, e naquela semana eu e Má tínhamos assistido Chinga (o da boneca, título em português Feitiço, segunda temporada, escrito por Stephen King) e o antológico Vampiros, que é um dos mais hilários e divertidos da série.


Gibis e Ideias.

            Comentei sobre meus favoritos, O Ser do Espaço, um pequeno filme de 45 minutos que introduziu os melhores coadjuvantes de toda a série, os Pistoleiros Solitários! E também a trilogia Anasazi, Caminho da Cura e Operação Clipe de Papel, que representa para este casal nerd editor de seu blog Corujice Literária uma lembrança sentimental muito preciosa! O Edson lembrou muito bem que este último título é de uma operação militar secreta que realmente aconteceu, lançada pelos Estados Unidos nos meses finais da Segunda Guerra Mundial.






            Comentamos a respeito da possibilidade de que esse universo fascinante poderia ter continuado até hoje. Seja com a ótima série dos Pistoleiros, seja com coadjuvantes legais como a agente Leyla Harris, da 8º e 9º temporadas, e que era fã de Mulder e Scully (lembram como ela perguntou a eles a respeito de seu retorno da Antártida, fato ocorrido no ótimo filme Resista ao Futuro?) e também a dupla Liz Einstein e Kyd Miller, praticamente versões mais jovens de nossos heróis, da 10º e 11º temporadas.

            Mas como sempre comentávamos, o Chris Carter cheira muita parafina de prancha de surfe, e tem ideias idiotas como matar personagens ótimos, inventar supersoldados e outras bizarrices, além de forçadas de barra que destoavam das primeiras e estupendas 4 temporadas. Ah, é, e esquece o que já fez com a mitologia também...



            De destacar a presença do também amigo Carlos Quintino, do Arquivo-X Brasil, e foi ótimo quando ele perguntou a respeito de outra divisão: shippers e noromos. Shippers eram os que torciam por um envolvimento amoroso entre Scully e Mulder, e os noromos, de no romance, pelo contrário.

            Arquivo-X foi uma série pioneira, entre outras coisas, por mostrar que um homem e uma mulher podem sim ser amigos e ter um relacionamento muito profissional. Sempre considerei que o romance iria atrapalhar essa dinâmica tão perfeita não só entre personagens mas também entre os atores. Mas eu e muitos outros fãs também sempre curtimos aqueles momentos mais ternos, um gesto de dar as mãos aqui, uma palavra, toque ou olhar depois de uma situação de perigo, e especialmente as provocações entre os dois. Há até uma expressão em inglês, UST, sigla de Tensão Sexual Não Resolvida.

            O papo foi ótimo, e de novo agradeço aos amigos que tão gentilmente me convidaram!



            Depois, claro, vamos passear e talvez adquirir mais itens para a coleção. E, no estande do Comic Hunter, encontrei alguns Martin Mystère e Dylan Dog que vinha há tempos procurando.



            Creio que devo destacar que esses são personagens da casa italiana Sergio Bonelli, e que as aventuras de Martin Mystère podem ser descritas como uma mistura entre Indiana Jones e Arquivo-X. Tomei conhecimento deles quando o também amigo Paulo Werner, editor da revista OVNI Pesquisa, me pediu um artigo sobre ele para a edição 13. Li algumas HQs disponíveis online e me apaixonei por esse universo. Desde então tenho buscado bastante material, incluindo aqueles novos publicados pela Mythos Editora. Conheci também Dylan Dog, que se dedica a monstros, assombrações e assassinos seriais (e que dirige um Fusca!), além do herói do Velho Oeste Zagor.

            Em breve, aqui no Corujice Literária, apresentaremos algumas resenhas desses.

            Depois, no estande da Editora 85, achei outra HQ interessantíssima, um crossover entre Mr. No, outro personagem da Bonelli, com Martin Mystère. A Editora 85 vem publicando material Bonelliano que não sai pela Mythos, e estamos aqui na torcida para que dêem continuidade ao herói de ficção científica da casa italiana, Natham Never.









            Em seguida, completando o loot que pode ser conferido nas fotos, conheci o André Freitas, do @yescabrita, que tinha uma grande coleção de Conan o Bárbaro disponível. O André participou da HQ O Rei Amarelo e também de O Despertar de Cthulhu, ambas da Draco. Também é autor de Vida Selvagem (vejam as fotos) e com ele peguei o Almanaque Conan O Bárbaro 2, da Abril. Essa foi uma aquisição sentimental, pois lembro de um exemplar igual pertencente a queridos amigos de infância, que li e me marcou muito.





            Com as garotas da @marlinjoke peguei dois cadernos para a Ma, que tinha compromisso nesse sábado e não pôde ir comigo.





            Também encontrei o amigo Roberto Moriama, “causando” com colegas devidamente trajados dentro do universo Star Wars.







             E conversei ainda com o editor Levi Trindade, da @hyperioncomics , que tem bastante material interessante. Chariot: a Supermáquina, tem um visual muito legal e parece muito bacana!



            O legal é que a Má fez questão de ir também no domingo! Fomos e encontramos os amigos Mauricio Muniz e Manoel de Souza, que protagonizaram um bate-papo sobre os 40 anos das revistas do Homem-Aranha e do Incrível Hulk pela Abril. História que está devidamente detalhada no fabuloso livro O Império dos Gibis da Editora Heróica, do qual tive o imenso prazer de participar da campanha. Podem conferir meu nome entre os demais apoiadores!

Gibis e Ideias;


            Mais passeios, mais conversas, outras pequenas aquisições (incluindo o Martin Mystère 14 da foto do loot), e finalmente encerramos o passeio.





            O Gibis e Ideias foi um excelente evento, um ótimo começo para o que esperamos seja uma série de encontros. O Junior comentou comigo que teve uma ajuda preciosa do Wilson, organizador do Gibi SP Festival, na organização da festa. Um evento complementando outro, como deve ser!

            Agradecemos imensamente ao Junior Batson e a todos os amigos que encontramos no Gibis e Ideias, e desejamos todo o sucesso para vocês. Foi um enorme prazer, e já estamos ansiosos pela próxima edição!