quarta-feira, 24 de junho de 2020

QUADRINISTA: J. V. SANTOS - RABISCOS ENQUADRADOS


Biografia e contatos:

J.V. Santos, artista plástico, designer gráfico e quadrinista é o criador do blog Rabiscos Enquadrados onde publica, desde 2013, séries de tirinhas todos os dias como “Uma Dose de...” “Zabelê só diz verdades” e “Terra Reversa”. Em 2018 passou a se dedicar exclusivamente aos quadrinhos publicando livros independentemente e a participando de diversos eventos como SIQ (semana internacional de quadrinhos no Rio de Janeiro), a FIQ (Feira internacional de quadrinhos em Belo Horizonte) e a Bienal de Quadrinhos em Curitiba, FuzuêNerd em São Paulo, AnimeFriends entre outros. Para contatos e compras entre em suas redes sociais e blog

Obras:

Super Almanaque Rabiscos Enquadrados Volume 1 – Compilado com o primeiro ano de tirinhas do blog.
Abismos Abissais – Um videoclipe em quadrinhos onde seis canções de autoria de André Machado são transformadas em quadrinhos.
Suficientemente – Um livro poesia falando sobre as pequenas coisas da vida e como elas nos afetam.

Desmanche – Um mistério noir com pegada cyberpunk onde acompanhamos uma detetive investigando o desaparecimento de um menino numa cidade degradada
É Preciso se afogar para viver – Um relato sobre a depressão e o processo de cura num quadrinho quase biografico.
Entre o Fogo e a Esperança – Em um mundo devastado pelo fogo duas crianças viajando num balão são a última esperança.
Bon Appetit – Uma história sobre culinária, amor, perda e saudade.



1.Como e quando você começou a se interessar pelas HQs?
É tudo culpa dos meus pais. Rs. Eles sempre gostaram de quadrinhos, tendo feito coleções de diversos gêneros, mas principalmente super-heróis. Então na minha casa sempre teve muitos quadrinhos a disposição e desde cedo comecei a ler e me interessar.

2. Lembra qual foi o primeiro quadrinho que te cativou?
Hummm essa é difícil. Como todo brasileiro um quadrinho que sempre esteve presente na minha vida foi Turma da Mônica, e por causa dos meus pais o Homem-Aranha. E eram minhas leituras constantes. Não lembro uma edição específica, mas foram esses “títulos” meus primeiros amigos rs.

3. Como os quadrinhos influenciaram sua vida?
Levando em conta que é o que escolhi fazer para viver acho que a influência foi grande rs. Mas se tivesse que apontar algo mais específico acho que eles moldaram minha moral, minha visão de mundo. Meus valores estão todos nos meus quadrinhos favoritos

4.Na hora de ler, qual gênero de HQ prefere?
Eita mais fácil falar qual não gosto. Terror é definitivamente um que não seria uma escolha normal, só se fosse uma recomendação muito boa ou algo feito por um amigo. Mas o gênero depende muito do meu humor do dia, às vezes quero mais aventura, outras mais drama. Não tenho um favorito.

5.Qual seu quadrinho favorito? Por quê?
Outra pergunta complicada. Tenho alguns favoritos rs, espalhados por alguns gêneros e estilos. Nos mangás tenho dois Gintama do Hideaki Sorachi e Fruits Basket da Natsuki Takaya. 

No europeu é definitivamente as séries Verões Felizes do Zidrou e Lafebre e o Tintin do Herge.


Dos comics americanos definitivamente tudo do Homem-Aranha, desde as piores histórias as melhores, impossível pra mim desgostar de algo com o personagem (apesar de alguns autores se esforçarem rs). Mas além dele, o Grandes Astros Superman do Morrison e do Quitely, e o Surfista Prateado Parábola do Moebius e do Stan Lee são sagrados pra mim. 


Agora no Brasil a lista é extensa rsrs, mas pra citar os que mais me conecto emocionalmente temos o Chico Bento Arvorada do Orlandeli, o Sopa de Salsicha do Eduardo Medeiros e o Daytripper dos gêmeos Bá e Moon.
Todos os livros que citei são histórias onde me envolvo emocionalmente muito profundamente e leituras que estou relendo sempre e sempre.
 
 








6.Quando e como começou a desenhar? Acompanhou algum curso/livro?
Desde criança. Eu sempre desenhei e criei minhas histórias. Com uns doze anos eu decidi que queria trabalhar com isso. Ai comecei a treinar com mais afinco e buscar aprender com qualquer livro e revista que caísse na minha mão, mas nenhum específico ou mais importante. Depois, já com uns vinte anos,fiz curso no Oberg do Rio de Janeiro, um curso específico de quadrinhos, e mais tarde fiz faculdade de Artes Visuais na Uerj (Universidade estadual do Rio de janeiro).

7.Como surgiu seu personagem?
Depende. Nos livros fechados, meus personagens em sua maioria surgem em decorrência da história que quero contar do tema que quero falar. Vou criando eles a partir do que o roteiro vai pedindo e então vou lapidando eles. Já nas tirinhas os personagens vieram primeiro. Alguns muito espontâneos. Nas tirinhas Zabelê e Efêmero, por exemplo, estava fazendo alguns rascunhos aleatórios e quando fiz os dois eu pensei “gostei muito deles… vou criar uma tirinha pra eles” rs. Já no caso de Uma dose de… os personagens são baseados em amigos reais meus e em Luc e Le Pombô eles são baseados em um cachorro que tive que tinha amizade com um pombo rs.


8.Onde busca inspiração para criar?
Da vida. Rsrs. Eu aproveito a vida, consumo muito quadrinho, e artes em geral, me divirto, amo e assim vai vindo a vontade de criar e falar das coisas que são importantes pra mim.

9.Na hora de trabalhar/criar, tem alguma mania?
Eu sou cheio de manias pra tudo. Mas pra trabalhar é muito café, gosto de botar um filme que gosto pra fazer um barulho de fundo (normalmente é o Auto da Compadecida) e quando to empolgado com a criação eu falo sozinho rs

10.Qual a maior dificuldade encontrada na hora de criar?
Começar e finalizar. São os piores momentos pra mim e onde tenho que buscar mais forças. No começo é um misto de ansiedade e medo de não conseguir que me impedem de colocar o lápis no papel, no final é um cansaço de fazer aquilo, uma vontade de me livrar daquele trabalho que me fazem arrastar o término e sofrer pra fazer um desfecho satisfatório. Mas é a Satisfação de ver tudo pronto que me motiva a continuar.

11.Existe algum tema que se recusaria a usar nos seus trabalhos? Por quê?
Definitivamente qualquer temática que enalteça ou incentive o fascismo, o racismo ou qualquer forma de preconceito. Esses são os maiores males da nossa sociedade.

12.O que vem por aí?
Essa pandemia deixou tudo meio confuso né? Eu continuo postando tirinhas e quadrinhos todos os dias em minhas redes sociais, mas estou produzindo alguns livros que lançarei virtualmente. Em Julho será o Singular, uma aventura espacial mais otimista, para os tempos difíceis que estamos passando, e Lá Onde Mora o Infinito, em Setembro, com uma pegada mais filosófica  falando sobre perda e descobris seu lugar no mundo.



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