Clube do Livro dos Homens Missão Romance resenha
Depois de terminar Clube do Livro dos Homens, a Ma já me entregou a sequência depois de tê-la lido. Já sabia que a história envolve Mack e Liv como os protagonistas, o que ela xingou muito (eu leio sinopses, minha amada não). Mack, no primeiro livro, representa bem dois arquétipos, em minha opinião: o mentor e o guardião do limiar. Sim, estou falando da Jornada do Herói, vão ler a respeito! E ele ainda foi um dos personagens mais hilários da história, razão pela qual estava ansioso por Clube do Livro dos Homens: Missão Romance.
Já Liv, por outro lado, em vários momentos do primeiro livro se comportou como a vilã, fazendo de tudo para atrapalhar a vida de Gavin. Seria interessante ver como dois personagens tão diferentes poderiam formar um casal. Especialmente porque tudo começa absolutamente da pior forma possível!
Mack aparece no restaurante onde Liv trabalha em um encontro com a então namorada, Gretchen. Pede tudo do bom e do melhor, incluindo a sobremesa, um cupcake com cobertura de fios de ouro caríssimo, preparado pela irmã de Thea. Que lógico, acha um absurdo que alguém gaste tanto em um mero cupcake (receita do cupcake abaixo aqui!!!), mas isso é uma das extravagâncias da casa, de propriedade de Royce Preston, que ainda é apresentador de um reality show culinário.
Lógico que Mack reconhece Liv, e mesmo que não a paquere como de hábito quer ser gentil. E o desastre chega, envolvendo a sobremesa e o vestido de Gretchen. Royce, que faz questão de aparecer sempre que alguém pede o raio do cupcake, fica furioso e quer ver Liv no escritório depois. Mas ela descobre algo estarrecedor, ao testemunhar o chefe assediando uma colega de trabalho. É demitida na hora.
Liv e Mack se encontram de forma fortuita perto dali, próximo a um dos bares dele. A conversa é difícil e não acaba bem, e o fundador do Clube do Livro dos Homens é largado pela segunda vez na mesma noite.
Mack conta sobre seu insucesso para os rapazes, que evidentemente tiram onda, e ele evidentemente os manda se f. Mas dá com a língua nos dentes e conta o que aconteceu, sendo que Liv ainda não havia revelado sua demissão para a irmã. A cena é ao mesmo tempo dramática e hilária.
Obcecada pela ideia de parar Royce, Liv procura a amiga Alexis em sua cafeteria, mas ela diz não poder ajudar. Finalmente, a contragosto, vai a um bar de propriedade de Mack e conhece Sonia, a gerente e outra personagem absurdamente divertida. Depois de muita hesitação Liv revela a Mack toda a verdade, e ele evidentemente, como qualquer homem decente, sente um desejo imenso de dar ao abusador o castigo merecido.
Então ambos se unem nessa jornada, buscando provas e a melhor maneira de expor Royce. Nesse meio tempo, vamos conhecendo mais a respeito de Rosie, dona da fazenda onde Liv mora, o ex-policial Hob, que tem sentimentos românticos por ela (e que Mack, claro, vai tentar ajudar), os bodes, as galinhas e o galo Randy, outra figura hilária.
E, entre a rabugice de Liv e a mania de conquistador de Mack, vai se desenhando um panorama de inevitabilidade que é o grande barato do livro. Pois vejam, Braden Mack, o fundador do Clube do Livro dos Homens, que auxiliou vários dos membros e amigos do grupo a salvar seu casamento, ainda busca seu final feliz! E Liv consegue abalar todas as suas crenças e esquemas, e vamos descobrindo que ele é um sujeito com um passado muito difícil, que encontrou nos romances um apoio não para vencer na vida, mas para viver! Ainda que os vários esqueletos em seu armário, claro, venham à luz no pior momento possível.
Agora vale a pena retomar o tema de um comentário que já tinha feito na resenha do primeiro livro. Lyssa Kay Adams consegue contar muitíssimo bem a história alternando os pontos de vista entre o feminino e o masculino. Diante de um dos temas da história de Missão Romance, o abuso contra as mulheres, naturalmente ela fez alguns acenos no pequeno texto de agradecimento ao final. Mas ainda bem, tais acenos não estão na história, o que é ótimo! Topei com um blog brasileiro que trazia uma entrevista com ela, mas parei de ler quando a dona já começou reclamando que Gavin e Thea tinham espaços diferentes no primeiro livro, com o jogador aparecendo mais que a esposa.
Primeiro, isso de forma alguma é verdade, visto que a história do passado de Thea também é a de Liv. Ou seja, Lyssa usou esses trechos não só para construir ambas as personagens, como também preparar o caminho para Liv ser a protagonista de Missão Romance.
Segundo, como já comentei, o olhar preciso de Adams sobre o universo masculino quebra a narrativa da turma do lado de lá quanto ao infame “lugar de fala”, uma das nauseantes crias do mais ainda politicamente correto. A autora chega próxima da perfeição ao retratar a amizade e a lealdade entre os rapazes, conseguindo que os leitores se identifiquem com as cenas, piadas, dramas e outros aspectos da história.
Terceiro, Lyssa apresentou Liv e Rosie como feministas, lutando a boa luta pelos legítimos direitos das mulheres, mas que também entendem que existem homens bons e decentes que as defendem, e com quem vale a pena ter um romance e dividir uma vida. Muitas das radicais que sem dúvida se viram em Liv no primeiro livro devem ter torcido o nariz lendo a sequência, e confesso que chegar a essa conclusão me fez sentir grande satisfação.
Adesivo levemente feminista do carro da Liv:
É o básico que a turma do lado de lá não consegue e não quer entender: tudo, absolutamente tudo, começa no indivíduo. Os direitos de um terminam onde começam os do outro. Simples, mas para alguns de difícil compreensão.
Já sobre Liv, é surpreendente como aparentemente sabíamos tudo a seu respeito depois do primeiro livro, mas vamos descobrindo muito mais, por que ela se mostra tão arredia e difícil de se abrir com todas as outras pessoas, sua obstinação e rabugice que muitas vezes a faz se isolar de todos. Quando se aproxima de Mack diz a si mesma para aquilo ser somente físico, mas o jeito do empresário vai cativando a chef mesmo que ela não queira admitir sequer a si mesma. E outro aspecto sensacional da trama é ver como os rapazes, de aprendizes, tomam cada um para si o papel de mentores, ajudando Mack da mesma forma que ele os ajudou no passado.
Além dos coadjuvantes mencionados um novo personagem apresentado no volume é Noah, especialista em computadores e segurança, que terá um papel significativo para que consigam desmascarar Royce. É importante destacar, aliás que nem um único dos caras do Clube do Livro hesita diante da tarefa, e mesmo que haja discussões acaloradas quanto ao melhor método de expor o filho da p., nem um único deles se recusa a participar. Até Vlad, o russo, diz que vai quebrar a cara dele.
É isso aí garotas, leiam o Clube do Livro dos Homens e aprendam que nós não somos todos iguais, não! A maior parte de nosso contingente é de indivíduos bons e decentes, que fariam tudo por vocês!
O livro da vez que os rapazes estão lendo é O Protetor, um romance sobre o envolvimento de um agente do serviço secreto, Chase, com Ellie, a filha do presidente. O livro dentro do livro desta vez aparece pouco, mas a turma o discute em vários momentos e claro, se revela fundamental para a resolução da trama. Que envolve Liv bem sexy fazendo trabalho de espionagem, a surpreendente van de Noah, Hop, o russo e mais um monte de acontecimentos que se atropelam.
Sim, as cenas quentes bem ao estilo de Lyssa estão presentes, e se revelam bem diferentes das do primeiro livro, mas igualmente gráficas, empolgantes e provocantes, com alta pontuação na escala EL (leram o primeiro livro, né?). E Royce, claro, não seria um vilão daqueles que amamos odiar sem um ataque sujo contra nossos heróis. Liv e Mack lidam com a hecatombe cada um a sua maneira, e ele foi com quem mais me identifiquei pela intensidade com que viveu o desastre. A autora conseguiu surpreender muito nessa história, e ela própria descreve como este livro se mostrou muito mais ambicioso do que o primeiro.
E por isso mesmo, embora tenha achado o primeiro muito bom, adorei muito mais Missão Romance! A Má bem sabe como sou romântico e bobo (palavras dela) e por isso me identifiquei muito mais com os personagens da sequência. É especialmente doloroso você lutar, fazer tudo para agradar, e não ser correspondido. Mas chegar finalmente a seu Momento Grandioso, ah, não há palavras capazes de descrever, seja nos romances, seja na vida aqui fora!
Por cima, há um momento de Mack em que ele explica porque se apaixonou pelos livros: porque os bons sempre vencem, e os maus sempre recebem o que merecem.
Por que a vida não pode ser assim também, não é? Por isso Mack já se tornou para mim um dos melhores personagens da série!
Série, sim, pois já temos dois livros publicados no exterior dando sequência a este universo! Os dois primeiros foram The Bromance Book Club e Undercover Bromance, cujas resenhas das edições brasileiras já apresentamos a vocês. Agora aguardamos Crazy Stupid Bromance e (estou particularmente ansioso por este, li a sinopse e a Má me xingou por isso) Isn't It Bromantic?. Como já dissemos antes, os protagonistas das sequências são os coadjuvantes das histórias precedentes. E sim, os nomes deles estão bem aqui nesta resenha, mas desta vez não escreverei quem são!
Sim,
houve ameaças físicas contra minha gentil pessoa a respeito. (NÃO FICOU SÓ NA AMEAÇA!!! ~Má)
Lyssa Kay Adams está de parabéns pela série Clube do Livro dos Homens. São histórias muito envolventes e divertidas, com as doses certas de drama, romance, sexo e humor, e que deixam o leitor ansioso para saber se haverá ou não o Momento Grandioso. Os mesmos parabéns valem para a Editora Arqueiro, a quem já clamamos: por favor, agilizem o lançamento dos próximos livros de Clube do Livro dos Homens!
Nenhum comentário:
Postar um comentário