Resenha: Nu de Botas - Antonio Prata

Nu de Botas - Antonio Prata

Foto: Divulgação

ISBN: 8535923519
ISBN-13: 978853592351
Ano de Lançamento: 2013
Editora: Companhia das Letras

Sinopse:

Em Nu, de botas, Antonio Prata revisita as apssagens mais marcantes de sua infância. As memórias são iluminações sobre os primeiros anos de vida do autor, narradas com a precisão e o humor a que seus milhares de leitores já se habituaram, primeiro no Estadão, entre 2003 e 2009, e agora na Folha de S.Paulo, jornal em que escreve semanalmente desde 2010.

"O quarto escuro, o casulo de cobertas, a planta do pé deslizando pelos lençóis, semiconsciência e nenhuma demanda: perfeição quase uterina. Então vinha um adulto abrir a janela, dizendo "olha só, Antonio, que dia lindo tá na hora de acordar", como se palavras doces pudessem edulcorar o fato de estarem me expulsando do Éden horizontal e me jogando no Purgatório vertical, onde a vontade de comer brigadeiro seria solapada pela obrigação de provar espinafre..."

Resenha:

OK, mesmo sem conhecer nenhum outro trabalho do autor, podendo estar sendo completamente radical e aguardando comentários de vocês por não ter curtido muito o livro, eu não curti muito o livro. 

Sim, me vi nas situações de ter amigas da mesma rua, pintinhos de feira (o meu durou um dia, minha amiga teve dois que viraram galos), primeiro bilhetinho amoroso, assistir Bozo e andar de bicicleta. Ao mesmo tempo que consegui sentir esses momentos com saudosismo ao passar pelas páginas do livro, não me cativou tanto pela linguagem rebuscada. Não parece uma criança pensando, pois acho que nunca nos meus 32 anos eu usei "solapar" em alguma frase, muito menos pensei em uma "perfeição quase uterina". Eu realmente esperava a ingenuidade infantil de um menino dos anos 70, mesmo eu tendo nascido uma década depois.

O livro tem ótimas passagens, mas ainda assim não conseguiu me deixar como Gregorio Duvivier que disse:

"Ler o livro de Antonio Prata me fez rir e chorar e depois rir de novo do ridículo que foi chorar no aeroporto e chorar pelo ridículo que é ficar rindo e chorando no aeroporto..."

Para mim leva duas corujinhas pois me remeteu em alguns momentos aos meus anos de moleca no carro da mãe perguntando coisas sobre a vida, morte e outras cenas assim. Sinto saudades da minha grande amiga-irmã que hoje mora no outro lado do mundo, mas ainda continua uma amiga-irmã aquela dos dois galos! Sim, crianças que tinham senhas para entrar na casa uma da outra, embora a casa dela tivesse grades e a minha portão com olho-mágico.

Acho que o livro deixou aquele gosto de infância com chicletes Ploc e por isso valeu a pena. 

Aproveitando pra deixar grande beijo pra você, Lua! Claro que tinha que fazer momento "óóó que lindinha que você era"!

Eu e Lua em 1984

 Saudosismo.