terça-feira, 26 de dezembro de 2017

A Caderneta Vermelha – Antoine Laurain



A Caderneta Vermelha – Antoine Laurain



          Neste romance encantador, as charmosas ruas de Paris são palco de duas vidas unidas pelo acaso – e por uma caderneta perdida. Caminhando pelas ruas de Paris em uma manhã tranquila, o livreiro Laurent Letellier encontra uma bolsa feminina abandonada. Não há nada em seu interior que indique a quem ela pertence – nenhum documento, endereço, celular ou informações de contato. A bolsa contém, no entanto, uma série de outros objetos. Entre eles, uma curiosa caderneta vermelha repleta de anotações, ideias e pensamentos que revelam a Laurent uma pessoa que ele certamente adoraria conhecer. Decidido a encontrar a dona da bolsa, mas tendo à sua disposição pouquíssimas pistas que possam ajudá-lo, Laurent se vê diante de um dilema: como encontrar uma mulher, cujo nome ele desconhece, em uma cidade de milhões de habitantes?

Editora Alfaguarda
2016


“Por reflexo, ela se agarrou à bolsa, o homem puxou e, encontrando resistência, pousou a palma da mão sobre o rosto dela e empurrou a cabeça contra o metal da porta... O homem sorriu, a alça desenhou um círculo no ar e ele fugiu.”


Uma bolsa abandonada chamou a atenção de Laurent Letellier durante seu café antes do trabalho. Com a instrução que todo homem tem de “nunca se mexe na bolsa de uma mulher, apenas com sua permissão e ainda assim com cuidado”, Laurent resolve devolver a bolsa à sua dona. Só tem o pequeno problema de não ter uma carteira, celular, documento, indicação de nome no seu interior. Apenas uma lista de itens que vão se ligando ao mistério: um batom vermelho, puxado para o coral, uma caderneta vermelha com listas e anotações, caneta, chaveiro, pedras, ticket de lavanderia e por aí vai.

O livro simplesmente me agarrou. Foi indicado por um funcionário da Livraria Cultura tem pouco tempo e adorei! Gostei do fato do livro não se passar no Brasil, Estados Unidos ou alguma terra fantástica/futurística como estou acostumada a ler, e sim Paris. Como particularmente eu fujo de certos temas (livros mais históricos e guerras) acabo me limitando ao “novo continente” e poucas vezes leio algo que trate do continente Europeu, por exemplo. Se tratando de um romance em uma época que eu estava precisando ler algo gostoso e leve.

Laurent vai em busca da misteriosa dona da bolsa lilás. Mulheres são apegadas às suas bolsas e mesmo tendo carteiras e celulares roubados, sempre temos algumas coisas conosco que não gostaríamos de perder em um assalto. O romance que se passa entre ele e a sua busca, juntando cada peça do quebra-cabeças é inteligente e cativante pela inocência do pseudo-investigador.


Se tem algo que deixou a desejar no livro para mim foi o modo que o autor escolheu para fazer os diálogos, colocando-os no meio dos parágrafos como frases normais. Acho que isso foi algo que me pegou um pouco no começo. Onde começava o diálogo, quem estava falando, onde terminava e voltava o texto. Depois que me acostumei com isso, o livro correu tranquilo. Um exemplo segue abaixo:


“Pousou o olhar em Laurent e este mostrou a bolsa lilás. Vim trazer uma bolsa que acabei de achar na rua. Um belo ato de cidadania, disse outro. Pronunciou essa frase com uma voz viril.”

O livro é uma leitura muito boa. Recomendo a todos!


~ Marcia 


Nenhum comentário:

Postar um comentário