quarta-feira, 28 de maio de 2014

Resenha: O Homem de Beijing + Clube do Livro Saraiva

 O Homem de Beijing

Henning Mankell


Foto: Divulgação

ISBN: 853591854x
ISBN-13: 9788535918540 
Editora: Companhia das Letras
Ano de lançamento: 2011

Sinopse: Em um povoado do norte da Suécia, dezenove pessoas são assassinadas por um psicopata cruel e metódico, que antes de mutilar as vítimas com uma grande lâmina as amarra e submete a demorados tipos de tortura. Lendo por acaso os sobrenomes das vítimas nos jornais, a juíza Birgitta Roslin suspeita que os crimes estejam relacionados ao passado de pessoas muito próximas, e passa a investigá-los por conta própria e à margem da lei - após o fracasso da polícia e da promotoria em decifrar esse enigma.


Escolhi dois trechos por serem igualmente impactantes na leitura.
"Caso número um. Homem idoso morto, seminu, pijama em farrapos, chinelos, meio deitado sobre a escada. Cabeça quase separada do corpo, o polegar da mão esquerda a um metro de distância."
"E todavia nem tudo era ingenuidade e loucura," disse Birgitta. "A ideia de um mundo calcado na solidariedade ainda está muito viva dentro de mim até hoje. Gosto de pensar que, apesar de tudo, nós nos levantamos para sermos considerados, questionamos as convenções e tradições que poderiam ter  empurrado o mundo ainda mais para a direita."


Começamos a história com Birgitta (que eu teimei em ler Brigitta até quase metade do livro), juíza que descobre laços familiares com um casal de Hesjövallen, um vilarejo ao sul do lago Hälsingland. Os nomes dão nó, principalmente por eu não saber o idioma e o livro se passar na Suécia.

O livro é dividido em algumas partes, começando com Birgitta na Suécia, pulando para San, voltando e misturando um pouco as coisas. São as pontas e flashbacks que explicam muita coisa na trama. Confesso que deu um nó no começo. San é um jovem que acorda certo dia para a imagem dos pais mortos. Sua trajetória me lembrou Cândido, de Voltaire. Quando acha que chega ao fundo do poço, vem alguém com terra por cima! O livro tem mais um pulo para 2005 e Ya Ru está em seu escritório num arranha céu em Beijing.

A trama é muito bem escrita e rendeu muito pano pra manga.

Fui convidada pelo querido Sadrac do recém lançado Livros, Livreiros & Cia. a participar do Clube do Livro da Livraria Saraiva.

Estávamos em 9 pessoas, das quais nós dois éramos os mais novos. Achei incrível a experiência de conversar com pessoas de idades variadas sobre os pontos diferentes. Já participei de outros clubes, mas a média de idade era sempre a mesma. 

Dos comentários sobre o livro, chegamos às seguintes conclusões:
  • É uma crítica à sociedade pelos que estão em cargos importantes que tem conhecimento, porém inocentes, ou muito novos e sem a malícia para lidar com situações novas. Uma verdadeira inocência. Um exemplo é Birgitta, ela chega a ter vontade de aprender, sempre ajudar o próximo, mas ainda assim divulga algumas informações a pessoas que não inspiram confiança.
  • Rancor que um dos personagens carrega pelo que houve com seus antepassados, repercutindo em sua vida. Muitas pessoas, enquanto não colocam terra por cima do problema, não deixam acabar.
  • Existem alguns furos no livro que nunca foram explicados. Embora não afete a leitura, quem poderia contar alguma coisa não deixou o outro lado da história. Seria necessário um novo personagem para explicar o ocorrido.
  • A leitura é lenta e pesada, pois o mundo está pesado, com muita crueldade. Quando olhamos ao nosso redor, surge uma coisa pior. Notícia ruim dá ibope. Hoje temos as notícias instantaneamente, ao alcance das nossas mãos, pelos celulares, tablets, computadores. Sabemos das atrocidades em detalhes com direito a fotos e vídeos. Qualquer pessoa hoje é fotógrafo e repórter por alguns minutos. Antigamente as informações que chegavam às nossas mãos eram de alguns dias ou até meses e anos mais antigamente. Muito não nos era contado e ainda mais era esquecido. Por isso o mundo de hoje está sendo considerado este caos.

Para mim o livro ganha suas 4 corujinhas. Vale a pena a leitura, muito interessante!


Gostou da ideia de debater livros? Quer participar do próximo? Coloque na agenda:





Obrigada pelo convite e por terem me acolhido e ouvido as ideias.

2 comentários:

  1. Que maravilha... Nota 10... Parabéns Márcinha... Volte sempre viu!!! Os membros do Clube te amaram

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