Sincronicídio - sexo, morte e revelações transcendentais
Fábio Shiva
ISBN: 9788567006000
Editora: Caligo
Ano de publicação: 2013
Sinopse:
Haverá um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos
que abala a cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força
policial poderia reconhecer as conexões entre os diversos crimes e
elucidar o mistério do Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor
Alberto Teixeira, da Delegacia de Homicídios, está marcado para morrer.
Suspense, erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o
leitor a cada passo. Uma história contada de forma extremamente
inovadora, como um Passeio do Cavalo (clássico problema de xadrez) pelos
64 hexagramas do I Ching, o Livro das Mutações.
Um romance de muitas possibilidades.
“E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”
Resenha por Marcos Crepaldi
Sincronicídio, como diz na
descrição da capa, é um drama que mistura sexo, morte e revelações transcendentais. O tempo da estória se passa
nas 24 horas da vida do personagem Alberto Teixeira, um inspetor da policia
civil de uma cidade fictícia localizado no Brasil, mas com os mesmos problemas
de outras tantas cidades: assassinatos, tráfico, prostituição, etc.
A estória é uma mistura de
policial, mistério e ficção regada a sexo e drogas. Ela tem um ritmo bom e os
capítulos são baseados nas jogadas de um jogo de xadrez e no I Ching que é uma
arte de adivinhação chinesa, um oráculo conhecido desde o ano 1150 a.C. que
reúne as filosofias taoistas e confucionistas e forma ou representa a base da
sabedoria chinesa. Portanto, os capítulos não são numerados de forma linear,
mas sim, como se fossem “sorteadas” entre os 64 hexagrama.
Como ponto positivo do livro devo
listar o ritmo da aventura, a veracidade dos fatos entre as cenas dos crimes, (que
devo salientar, são cenas fortes) diálogos dos policiais da perícia e as cenas
em flashbacks que ocorre em meio à trama. Nessas partes, em minha opinião, o
livro levaria uma nota 7,5.
O mistério que envolve a aventura
também é muito interessante e o autor consegue passar a sabedoria do I Ching em
meio à situação que a trama se desenrola, o que dá ar de intriga e curiosidade.
Em minha opinião, a amarração leva uma nota 7.
Um ponto interessante do livro é
uma certa “teoria da conspiração cujo objetivo é a dominação mundial”. A partir
desse ponto, ele começa a se tornar um livro ficcional. Tudo bem que já houveram
inúmeros experimentos para se influenciar o inconsciente das pessoas. Temos o
exemplo clássico dos anos 60 que, em uma sessão de cinema, uma imagem escrita
“beba tal refrigerante” foi inserida no meio de um filme entre uma cena e
outra. Embora a imagem tenha passado em uma velocidade que, conscientemente, a
pessoa não tenha visto, o inconsciente captou e as pessoas saíram da sala de
projeção para comprar determinado refrigerante mesmo sem estarem com vontade de
bebê-lo. No caso do livro, a dominação mental é determinada pelo sexo. Pela
curiosidade, leva, em minha opinião, uma nota 6,5
Sexo. E é nessa parte que o livro
peca em sua trajetória. Tudo bem que uma trama pode conter cenas de sexo. É um
tempero a mais no desenrolar da estória. Mas o autor parte muito para o
hedonismo e o narcisismo; um culto ao corpo, membro sexual masculino, ao sexo
desenfreado sem limites. Não importa se é com parceiros de sexo diferente ou igual;
o importante é o prazer sexual. Não importa como ele é feito, mas a descrição
das cenas de sexo e dos personagens levam a crer, do ponto de vista dos mais
moralistas, a uma inclinação homossexual, pois a descrição dos corpos, membros
e sensações de prazer masculino são muito mais acentuadas do que a descrição
dos corpos e sensações femininos, o que pode até certo ponto, ser considerado
como machista ou discriminatório. Mas o que incomoda mesmo, é o foco que o autor
dá nesse quesito. Quase como uma obsessão.
Nesse quesito, em minha opinião, leva uma nota 4,5.
Veja bem, querido leitor dessas
linhas, eu não condeno as cenas de sexo e muito menos o homossexualismo, mas,
em minha opinião, o autor não precisava pegar tão pesado nas cenas e em certos
diálogos. Ele poderia erotizar o romance. Em suma, esse não é um livro de
aventura sexual. Pode rolar uma coisa dessas na vida real? Claro que pode. Mas
o leitor não precisa ler isso. Acredito que, nem 50 Tons de Cinza, que é um
livro, pode-se considerar erótico, tenha tanta cena de sexo explicito quanto o
Sincronicídio.
Resumindo: Sincronicídio é um bom
livro? Sim, ele é. Tem aventura, mistério que envolve o leitor. Mas o sexo
explicito em suas paginas e certas palavras de baixo calão, pode sim, espantar
uma parcela de leitores que querem apenas uma boa estória.
Agradeço ao Marcos Crepaldi pela resenha! Aguardem mais dele por aqui!
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