A Divulgação Cultural conta com uma série de pessoas interessantes, esta semana entrevistei algumas delas e já começamos com Maurício Muniz, responsável pela Mundo Nerd! Semana passada aconteceu o lançamento da Mundo Nerd Terros e nós estávamos lá!
Maurício Muniz é jornalista e editor de livros e
quadrinhos. No meio da década de 1990, foi colunista da revista Wizard, da
editora Globo. Em 1997, passou a editar quadrinhos para várias editoras e,
entre as séries nas quais trabalhou estão Sandman, Sin City, Preacher, Star
Wars, Hellblazer e Transmetropolitan. Foi responsável por trazer ao Brasil
alguns dos quadrinhos mais aclamados dos últimos anos, como A Liga
Extraordinária, Authority, Planetary, Tom Strong, Halo Jones, Zenith e O Corvo.
É colaborador da revista Mundo dos Super-Heróis, produz revistas e quadrinhos institucionais
e edita os álbuns da Gal Editora, como Fracasso de Público, Filósofos em Ação e
Invasão dos Mortos. É coautor do livro Vampiros na Cultura Pop, da Editora
Europa, além de ser editor da revista Mundo Nerd.
Pequena amostra da biblioteca pessoal |
1.
Como e quando você começou a se interessar pelas HQs?
Desde criança, mas não lembro um
momento específico. Meu herói da infância era o Batman, devido ao seriado dos
anos 1960, e ele pode ter influenciado meu interesse em HQs.
2.
Lembra qual foi o primeiro quadrinho que te cativou?
Meu primeiro gibi foi um da Turma
da Mônica, mesmo antes de saber ler, aos quatro ou cinco anos. Alguém me deu,
alguém leu pra mim as histórias e decorei tudo, daí ficava contando pras
pessoas – tão literalmente, me disseram, que até parecia que eu sabia ler. Acho
que poderia dizer que foi esse o primeiro que me cativou. Mas os primeiros que
me fizeram apaixonar por essa mídia foram os quadrinhos da Marvel e da DC que
eu li quando criança, publicados por editoras como Ebal, Bloch, Abril etc.
3.
Como os quadrinhos influenciaram sua vida?
Boa pergunta. Talvez me
influenciaram ensinando os bons exemplos dos super-heróis e esse tipo de coisa
brega que ninguém gosta de admtir abertamente. Hahah. Mas influenciaram ao me
dar uma carreira, quando me tornei jornalista especializado na área, depois
tradutor, depois editor e assim por diante.
4.
Na hora de ler, qual gênero de HQ prefere?
Ainda gosto dos super-heróis, mas
amo cada vez mais os quadrinhos independentes de vários gêneros: mistério,
terror, ficção científica, humor, espionagem, quadrinhos “pé no chão, sobre
pessoas normais e outros.
5.
Qual seu quadrinho favorito? Por quê?
Essa resposta muda de tempos em
tempos. Hoje, eu diria que há um empate entre A Liga Extraordinária, de Alan Moore e Kevin O’Neil, por misturarem
tão habilmente vários personagens da literatura fantástica em uma história
empolgante; e Love and Rockets, de
Gilbert e Jaime Hernandez, que fala sobre pessoas reais com humor, drama e de
maneira mais que inteligente.
6.
Quando e como começou a trabalhar na área?
Entrei na área por volta de 1995,
escrevendo para algumas revistas especializadas em quadrinhos, como a Herói e a Wizard, da editora Globo. Depois, me tornei tradutor da Metal
Pesado e, em seguida, editor da Metal Pesado.
7.
Trabalhar com HQ/cultura sempre foi um objetivo de
vida?
Acho que inconscientemente, sim.
Ao menos desde que assisti o filme Caçadores
da Arca Perdida e decidi que queria trabalhar com entretenimento, aos 13
anos.
8.
Como surgiu a Mundo Nerd?
Em um bate-papo com o Manoel de
Souza, que é editor da Mundo dos
Super-Heróis, ele perguntou se eu não gostaria de trabalhar com ele para
criar uma revista sobre cultura nerd. Topei e fazemos a revista juntos desde
então.
9.
Como é trabalhar na “área nerd” hoje em dia?
É interessante, porque a cultura
nerd parece ter se difundido e hoje as pessoas parecem gostar mais e mais de
nerdices. Então, quando digo que faço uma revista para o público nerd, as
pessoas têm uma ideia do que é. Se fosse há 10 anos, seria diferente, talvez.
Do ponto de vista pessoal, é um prazer, já que os temas nerds são, em grande
parte, a alegria da minha vida.
10.
Algum trabalho mais marcante?
Tenho orgulho em ter trazido ao
Brasil séries em quadrinhos como A Liga
Extraordinária, Fracasso de Público, O Corvo, Mundo Fantasma, Astro City,
Authority, Planetary... e por editar a Mundo
Nerd, claro.
11.
O que vem por aí?
Mais nerdices. Uma nova coleção de especiais da Mundo Nerd, outras traduções pra Abril e mais alguns títulos de quadrinhos pela Gal Editora, pra quem trabalho. Além disso, tem o blog O Pastel Nerd, no qual eu e outros profissionais do mercado editorial nos unimos pra apresentar matérias sobre o universo geek.
12.
Algum recado para os leitores?
Nunca deixem de gostar do mundo
da fantasia e da aventura. É isso que dá direção à vida e alivia as dores deste
mundo insano em que vivemos.
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