domingo, 2 de agosto de 2015

ESPECIAL QUADRINHOS: Entrevista Caio Majado


Caio Majado, paulistano de 32 anos, trabalha com ilustrações e quadrinhos há mais de 10 anos. Já trabalhou com uma infinidade de editoras e agencias de publicidade, fazendo desde livros didáticos, peças promocionais, concept art para vídeo games e até storyboards para comercial e longa metragem. Já publicou quadrinhos no Brasil, Portugal e Estados Unidos.
Em 2011 a HQ “Orixás – Do Orum ao Ayê”, foi uma das escolhas do PNBE vendendo mais de 30.000 exemplares.

 

1.                  Como e quando você começou a se interessar pelas HQs?

Desde pequeno, quando aprendi a ler através dos quadrinhos da turma da Mônica.

2.                  Lembra qual foi o primeiro quadrinho que te cativou?

Turma da Mônica. Quando era pequeno, meu sonho sempre foi desenhar quadrinhos da turma da Mônica, com o tempo, passei pra quadrinhos de aventuras como o pequeno ninja, que para mim, era muito parecido com a Mônica (traço infantil), mas com histórias muito mais legais, pois tinham lutas, ações, vilões, etc. Meus pais me compraram todas as edições da época.

3.                  Como os quadrinhos influenciaram sua vida?

Acho que tudo o que faço na minha vida, tem relação com os quadrinhos. Toda a minha influencia artística é baseado em artistas de histórias em quadrinhos. Não existe um dia sequer da minha vida (e não estou sendo exagerado) que não olhe pra alguma arte de algum quadrinho ou quadrinhista.

4.                  Na hora de ler, qual gênero de HQ prefere?

Não tenho um gênero favorito. Gosto de boas histórias. O que pode acontecer é acordar com interesses diferentes. Às vezes estou no pique de ler algo rápido, às vezes algo divertido, às vezes algo denso e assim por diante. Se pudesse juntar tudo em um liquidificador e fizer bem feito, seria maravilhoso. Em compensação, gosto de desenhar e me divirto muito mais com histórias em quadrinhos de ação e aventura.

5.                  Qual seu quadrinho favorito? Por quê?

Body Bags do Jason Pearson publicado pela Dark Horse. Para mim, esse quadrinho é quase uma bíblia, pois junta tudo o que gostaria de fazer nas minhas histórias. Tem muita aventura, um humor negro afiadíssimo, totalmente caricaturado e uma arte maravilhosa. É aquele tipo de histórias que você lê em uma tacada só, dá uma risada e guarda. Não é genial, não é a história mais inteligente do mundo, mas faz exatamente o que está disposto a fazer: entreter!


6.                  Quando e como começou a desenhar? Acompanhou algum curso/livro?

Sempre desenhei, desde pequeno! Era daqueles que preferia ficar desenhando ao sair na rua ou jogar vídeo game! Quando tinha 15 ou 16 anos entrei na segunda turma da escola de artes Fábrica de Quadrinhos. Na época era uma escola pequena com duas salas no Sumaré em SP. Fiz quatro anos de curso, sendo que dois desses anos eu trabalhei lá. Depois disso, saí da escola para montar meu próprio estúdio com dois sócios que também estudaram lá.

7.                  Onde busca inspiração para criar?

De tudo que é lugar. Normalmente tento achar uma referência. Amigos, ou pessoas interessantes que me chamam a atenção de alguma forma. Às vezes leio algum livro ou uma HQ, assisto a um filme que me dá o “start” de alguma ideia. Depois vou matutando (normalmente no chuveiro) e começo a escrever e rabiscar algumas ideias em algum papel.

8.                  Na hora de trabalhar/criar, tem alguma mania? 

Música! Sempre coloco alguma música empolgante pra trabalhar. Quando acho, gosto de colocar um podcast para ouvir, pois sinto a sensação de que não estou sozinho e parece que o tempo passa mais rápido. Poucas vezes fico em silencio, quando ocorre, é por que me esqueci de ligar a música e só percebo na metade do trabalho. Agora, algo que realmente odeio, é o calor! Não consigo trabalhar quando está muito quente. Tenho que ligar o ar condicionado no máximo!
 
9.                  Tem algum trabalho mais marcante?

Para mim, é sempre o último. Infelizmente, sempre odeio o meu trabalho depois de um tempo! Isso é muito bom pra evoluir, mas é horrível pra libido! Minha HQ “Orixás: Do Orum ao Ayê”, talvez, seja a mais marcante, profissionalmente falando, pois ganhou um Proac e um PNBE que considero uma grande vitória!

10.              Qual a maior dificuldade encontrada na hora de criar?

Às vezes, não consigo fazer nada. Existem alguns dias (graças a Deus são poucos) que simplesmente não sai nada. Não consigo pensar nem desenhar, absolutamente, nada, depois tenho que correr atrás do prejuízo! Normalmente, funciono melhor sobre pressão com um deadline.

11.              Existe algum tema que se recusaria a usar nos seus trabalhos? Por quê?

Nenhum! Não tenho preconceito de nada.


12.              O que vem por aí?

Espero terminar um projeto de 12 páginas de uma HQ de ação chamada “Spaghetti Brothers” que sairá na revista “Propulsor”, em parceria com vários artistas internacionais. Será lançada no FIQ-BH e na CCXP-SP desse ano (Postei várias imagens no meu instagram desse projeto). Para o ano que vem se conseguir terminar todo o trabalho que estou fazendo atualmente, gostaria de terminar o projeto que comecei em 2013 chamado TNT. Já tenho o argumento das duas últimas edições, só preciso de tempo pra finaliza-los!

13.              Algum recado para os leitores?
 
Gostaria apenas de agradecer a todos que acompanham meu trabalho. Graças aos recados deixados em minhas mídias sociais, tenho criado, desenhado e trabalhado com muito mais afinco e paixão. Essas pessoas fazem com que nos sentimos mais realizados e percebemos que estamos no caminho certo! Por isso, muito obrigado!

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