A Caderneta Vermelha – Antoine Laurain
Neste romance encantador, as
charmosas ruas de Paris são palco de duas vidas unidas pelo acaso – e por uma
caderneta perdida. Caminhando pelas ruas de Paris em uma manhã tranquila, o
livreiro Laurent Letellier encontra uma bolsa feminina abandonada. Não há nada
em seu interior que indique a quem ela pertence – nenhum documento, endereço,
celular ou informações de contato. A bolsa contém, no entanto, uma série de
outros objetos. Entre eles, uma curiosa caderneta vermelha repleta de
anotações, ideias e pensamentos que revelam a Laurent uma pessoa que ele
certamente adoraria conhecer. Decidido a encontrar a dona da bolsa, mas tendo à
sua disposição pouquíssimas pistas que possam ajudá-lo, Laurent se vê diante de
um dilema: como encontrar uma mulher, cujo nome ele desconhece, em uma cidade
de milhões de habitantes?
Editora Alfaguarda
2016
“Por reflexo, ela se agarrou à bolsa, o homem puxou e, encontrando resistência, pousou a palma da mão sobre o rosto dela e empurrou a cabeça contra o metal da porta... O homem sorriu, a alça desenhou um círculo no ar e ele fugiu.”
Uma bolsa
abandonada chamou a atenção de Laurent Letellier durante seu café antes do
trabalho. Com a instrução que todo homem tem de “nunca se mexe na bolsa de uma mulher, apenas com sua permissão e
ainda assim com cuidado”, Laurent resolve devolver a bolsa à sua dona. Só
tem o pequeno problema de não ter uma
carteira, celular, documento, indicação de nome no seu interior. Apenas uma
lista de itens que vão se ligando ao mistério: um batom vermelho, puxado para o
coral, uma caderneta vermelha com listas e anotações, caneta, chaveiro, pedras,
ticket de lavanderia e por aí vai.
O livro
simplesmente me agarrou. Foi indicado por um funcionário da Livraria Cultura
tem pouco tempo e adorei! Gostei do fato do livro não se passar no Brasil, Estados
Unidos ou alguma terra fantástica/futurística como estou acostumada a ler, e
sim Paris. Como particularmente eu fujo de certos temas (livros mais históricos
e guerras) acabo me limitando ao “novo continente” e poucas vezes leio algo que
trate do continente Europeu, por exemplo. Se tratando de um romance em uma época
que eu estava precisando ler algo gostoso e leve.
Laurent vai em
busca da misteriosa dona da bolsa lilás. Mulheres são apegadas às suas bolsas e
mesmo tendo carteiras e celulares roubados, sempre temos algumas coisas conosco
que não gostaríamos de perder em um assalto. O romance que
se passa entre ele e a sua busca, juntando cada peça do quebra-cabeças é
inteligente e cativante pela inocência do pseudo-investigador.
Se tem algo
que deixou a desejar no livro para mim foi o modo que o autor escolheu para
fazer os diálogos, colocando-os no meio dos parágrafos como frases normais. Acho
que isso foi algo que me pegou um pouco no começo. Onde começava o diálogo,
quem estava falando, onde terminava e voltava o texto. Depois que me acostumei
com isso, o livro correu tranquilo. Um exemplo segue abaixo:
“Pousou o olhar em Laurent e este mostrou a bolsa lilás. Vim trazer uma bolsa que acabei de achar na rua. Um belo ato de cidadania, disse outro. Pronunciou essa frase com uma voz viril.”
O livro é uma
leitura muito boa. Recomendo a todos!
~ Marcia
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