quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Os Sem Estande: entrevista com Sandra Regina Lodetti



Biografia:
Sandra Regina Lodetti é natural de Criciúma SC. Graduada em Pedagogia pela – FACIECRI – UNESC, Universidade do extremo Sul de Santa Catarina. Pós-graduada em Didática e Metodologia do Ensino Superior – UNESC. Lecionou por 32 anos na Rede Publica Estadual, na área de Ciências Humanas. Iniciou sua carreira de escritora em 2013, logo após sua aposentadoria.

1.Quais suas influências literárias.
Sempre gostei de filosofia, por isso procuro em alguns filósofos como Schopenhauer. Nietzsche, Sartre, Montaigne e outros uma base para meus textos reflexivos que transformo em poesia, e busco em escritores como Drummond, Fernando Pessoa, Quintana, Gregório Matos, Florbela Espanca, Rachel de Queiroz, José Saramago, Federico Garcia Lorca, Baudelaire, minhas referências, pois me sinto muito próxima deles, suas formar de ver, escrever, sobre mudo e sobre suas sensações me fascinam. De modo que procuro conhecê-los e conhecer as suas obras, cada vez mais.

2.Quais são suas obras? Porque devemos lê-las?
Tenho cinco livros publicados:
“Vestida De Mim Mesma” – em verso e prosa- 2015.
“CaleidoscópicaMente” – poesias reflexivas – 2016 .
“Os Homens da Minha Vida,” – uma reflexão sobre a questão de gênero – 2016
“Ao Entardecer… Sob as Asas da Ave de Minerva” – Poesias e fragmentos de suas inquietações existenciais. – 2017
“Átimo” – Poesias – 2018
Creio que a leitura além de uma possibilidade de viajar nas palavras do escritor, é também um gesto de generosidade. Ao ler o leitor apropria-se da obra, pois, os meus escritos não são verdades absolutas, muito pelo contrário, são na verdade minhas questões e estão abertos ao crivo do leitor. Penso que, para os que meus livros podem ser uma boa pedida para aqueles gostam de filosofia e de prosa poética.

3. Encara ser escritor como uma profissão ou hobbie?
Nem como profissão nem como hobbie . Minha vida de escritora começou depois de minha aposentadoria, pois foi uma atividade que sempre gostei, mas adiei por conta do trabalho como professora e mãe, que não me permitiam a dedicação devida ao ofício de escrever. De fato não penso em ser uma profissional, escrevo porque amo e levo muito a sério esta atividade, sinto um prazer indescritível em escrever, e, publicar, na verdade é apenas uma maneira de deixar registrado o meu trabalho. Mas, sempre recebo com gratidão a gentileza daqueles que se dispões a comprar e ler meus escritos.

4.O que mais te encanta no mundo da Literatura?
A diversidade de escritores e de leitores. Percebo como a alma humana é diversa e que não há uma literatura que seja boa ou ruim, mas uma diversidade de enfoques e formas de escritas que, podem satisfazer a gregos e troianos, e que o gosto por este ou aquele gênero literário é um aspecto muito particular. Penso que a literatura, assim como todas as outras formas de arte, tem permitido ao homem a ser menos escravizado.

5.O que acha de Concursos Literários? Já fez algum?
Não vejo propósito em participar de concursos, pois não acho que a literatura seja uma disputa. Nunca participei e francamente considero esse tipo de atividade uma afronta ao real sentido do escrever.

6.Você se arrepende de algum livro que escreveu?
Não. Cada livro é para mim como desafio e vejo em cada um deles o meu próprio crescimento, como pessoa e como escritora, todos fazem parte da minha aprendizagem e tem seu papel no processo da minha construção, neste momento em que estou escritora. Tenho um longo caminho ainda, e nada do que foi escrito pode ser negado, pois faz parte daquilo que fui e vivi naquele momento.

7.Qual sua última leitura?
Minhas últimas leituras foram ‘As intermitências da morte’ – José Saramago. ‘Morte em Veneza’ e ‘Tônio Kroeger’ de Thomas Mann
Além dos livros – O livro do Desassossego de Fernando Pessoa, e, A vaca e o hipogrifo de Mario Quintana, que leio de quando em quando.

8.Tem rotina de escrita? Qual?
Não. Eu escrevo a qualquer hora, na verdade, às vezes passo dias meio oca, e existem momentos que escrevo quase que diuturnamente sem cessar. Muitas vezes estou fazendo outra coisa e me vem uma inspiração e então paro o que estou fazendo começo a escrever. É claro que isso só é possível de uns anos para cá. Pois dedico meus dias a viver e a escrever, já que estou aposentada. Depois de 32 nos como professora.

9.Deixe um recado para os leitores.
O que posso dizer sobre algo que é tão particular e individual, mas posso lhes garantir a partir da minha experiência como leitora, que as pessoas podem de fato ser mais humanas quando caminham pelo mundo da literatura. E completo com as palavras de William Faulkner :
“O que a literatura faz é o mesmo que acender um fósforo no campo no meio da noite. Um fósforo não ilumina quase nada, mas nos permite ver quanta escuridão existe ao redor.”



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