Engenheiro, escritor e jornalista. Foi
consultor da revista Ufo, colaborador do site Aumanack e da revista
Sci-Fi News. Apaixonado por livros, quadrinhos, seriados e cinema,
lançou dois livros e é autor de contos publicados em várias antologias
na última década. É também roteirista, tendo participado da primeira
turma da Oficina de Roteiro do Senac. Escreve no blog
Escritor Com R, e cobre eventos e escreve resenhas para o Corujice Literaria.
1- Como se tornou escritor?
Um pouco por acaso, sempre fui grande fã de ficção científica, e na
segunda metade dos anos 1990, um pouco por inspiração do seriado
Arquivo-X, comecei a escrever um livro envolvendo romance, ufologia, a
teoria dos antigos astronautas e temas afins. Depois ainda escrevi duas
sequências, e essas primeiras três obras saíram como livros digitais em
2000 pela extinta editora Hotbook, pioneira do e-book no Brasil. Depois
não parei mais.
2- Quais suas influências literárias?
Além
de seriados e filmes, muitas obras de ficção como as de Arthur C.
Clarke e Isaac Asimov, a longa série literária Perry Rhodan, iniciada na
Alemanha em 1961 e que está se aproximando de seu número 3.000, além de
muitos outros autores, estrangeiros e brasileiros. Julio Verne é um de
meus ídolos literários, e estou atualmente procurando conhecer o máximo
sobre a obra do Professor J. R. R. Tolkien, cujos livros foram
primorosamente adaptados para o cinema. Também leio quadrinhos e
publicações e sites científicos.
3- Você é autor independente ou tem vínculo com alguma editora? Quais as vantagens e desvantagens?
Depois dos e-books mencionados acima, comecei a escrever uma coluna
para a revista Sci-Fi News, que entre 2004 e 2006 ganhou o nome Quem
Conta um Conto..., onde publiquei uma série de minha autoria sobre
realidades paralelas, intitulada A Lista. Meu primeiro livro saiu pela
Tarja Editorial em 2008, e participei de antologias por várias outras
editoras. A grande vantagem de uma ligação com uma editora é contar com
serviço profissional de revisão e leitura crítica, que são essenciais e
por vezes faltam no caso de publicação independente paga. Este último
caminho, aliás, não é algo que eu recomende, por uma série de exemplos
de qualidade duvidosa com que já tive contato. Infelizmente o fechamento
da Tarja no final de 2013 fechou uma porta para autores novos,
iniciando um período difícil para os autores, principalmente da
literatura fantástica, cujos reflexos ainda hoje sentimos.
4- Quais são suas obras? Porque devemos lê-las?
Meu primeiro livro foi De Roswell a Varginha pela Tarja Editorial.
Publiquei depois uma coletânea de contos pela Estronho intitulada Filhas
das Estrelas, em 2011. Tive participações em várias antologias desde
então, que são:
Ufo: Contos Não Identificados (Literata), conto A Abdução de Natália;
Histórias Fantásticas vol. 1 (Estronho e Cidadela), A Flecha;
Extraneus 1, Medieval Sci-Fi (Literata e Estronho), Eram os Magos Astronautas?;
Imaginários 4 (Draco), A Chave;
A Fantástica Literatura Queer vol. Laranja (Tarja), A Lista: Letras da Igualdade;
Adeus Planeta Terra (Literata e Corujito), Esperança de Gaia;
Retrofuturismo (Tarja), Céu de Guerra: A Batalha da Inglaterra;
Steampunk (Dragonfly), Utopia e Nova Atenas: Um Provável Passado.
Ainda tenho na Amazon os e-books O Império, o Meteoro e a Guerra dos
Mundos, A Lista: Fenda na Realidade, e A Lista: Nêmesis. Gostaria ainda
de mencionar meu primeiro conto que saiu em papel, Zé da Pinga, a
história de um mendigo abduzido em uma cidade no interior de São Paulo,
que foi publicado em dezembro de 2002 na edição 62 da Sci-Fi News, já
mencionada acima, e se tornou conto bônus em Filhas das Estrelas.
Acredito que essa coleção de histórias de vários gêneros, onde sempre
busco proporcionar o “sense of wonder” tão buscado pelos escritores,
pode interessar muitos leitores;
5- Qual o gênero literário que mais te agrada como leitor? E como escritor?
Sendo leitor e escritor minha preferência é a literatura fantástica,
seja ficção científica ou fantasia, mas gosto de ler tudo, revistas de
variados assuntos, livros de história, astronomia e ciência, quadrinhos
de variados tipos e procedências, tanto nacionais quanto estrangeiros.
Acredito que uma leitura variada nos proporciona uma visão mais ampla do
mundo, e assim temos mais elementos para compor nossos próprios mundos
ficcionais.
6- O que te inspira? Quais suas motivações?
Inspiração, pela minha experiência, pode vir das mais variadas e
inusitadas fontes. Por exemplo, tenho me dedicado nos últimos tempos a
um novo universo, desta vez de caçadores de monstros que atuam aqui
mesmo no Brasil, e a líder deles é uma velhinha desbocada que dirige um
Fusca possuído. Pesquisando descobri a brincadeira do Fusca Azul, e
decidi que o veículo dela seria aquele que iniciou a brincadeira, devido
a maldição que o possui. A inspiração pode vir de qualquer lugar, fato,
outras histórias, basta procurar.
7- Quais são as dificuldades para um Autor Nacional?
A falta de espaço e oportunidades de realizar sua primeira publicação,
editoras que cobram por seus serviços sem proporcionar serviços
adequados de revisão e correção, e que sequer realizam o necessário
trabalho de divulgação. Há ainda as modas sempre passageiras, o espaço
exagerado dado a livros de youtubers por exemplo, fazendo com que o
autor, comprometido a realizar um trabalho sério e de qualidade, não
consiga seu espaço. A disputa com títulos importados, que por vezes
possuem também qualidade duvidosa, igualmente prejudica muito os autores
nacionais.
8- Acha que escrever é um dom ou produto de um estudo?
Sem dúvida é um dom, um talento que deve ser descoberto, incentivando
as crianças a lerem desde cedo, e também colocarem no papel suas
próprias ideias. Mas é igualmente produto de estudo, e muita leitura
sempre! Daí ser uma atividade tão prazerosa, que deve ser exercitada a
todo momento.
9- O que mais te encanta no mundo da Literatura?
Outro autor que admiro profundamente, o saudoso astrônomo e divulgador
científico Carl Sagan (da primeira série Cosmos, que a Rede Globo exibiu
no início dos anos 1980) certa vez disse: “livros são a prova de que os
seres humanos são capazes de magia”. Entrar em contato com a obra e as
ideias daqueles que há muito se foram é realmente especial, e poder
visitar mundos e universos tão variados, nascidos da imaginação de
autores admirados até hoje, e que certamente o serão para sempre, chega a
ser indescritível. E o prazer de criar mundos, desenvolver a história
de personagens e vê-los literalmente tomando vida é também uma
experiência muito especial.
10- Quais suas aspirações literárias?
Mesmo diante de todas as dificuldades continuar acreditando, sonhando e
tendo esperanças de conseguir uma profissionalização definitiva. Nunca
parar de exercitar a imaginação, e continuar tendo ideias, buscando
sempre melhorar e aprender mais, e produzir histórias que continuem a
encantar os leitores.
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