sexta-feira, 7 de setembro de 2018

O livro e a política ~ Renato


            Este ano de 2018 está sendo bem tumultuado, hein? Estamos a um mês das eleições, turbulências várias, o lamentável incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro... e como evidentemente nosso assunto aqui sempre gira em torno da cultura e dos livros, é importante discutir o que o poder público tem feito a respeito, e quais são as propostas dos candidatos.

            Descobrimos que existe um Projeto de Lei (PL) 9.928 /18, que propõe que de 3% a 5% da verba do Programa Direto na Escola (PDE) seja utilizado para adquirir obras literárias para bibliotecas escolares. Os que defendem a proposta mencionam a Lei 12.244/2010, que determina que todas as escolas públicas e privadas, até 2020 deverão ter bibliotecas em funcionamento, com um volume de livros equivalente a um tomo por aluno.

            O PDE foi criado em 1995 se destina a ser um financiamento suplementar a escolas básicas estaduais e municipais, e deve ser utilizado na manutenção dos prédios, para material didático e pedagógico e também pequenos investimentos. Esses recursos não podem ser utilizados na aquisição de livros didáticos ou de literatura, pois estes são fornecidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O projeto do PDE está atualmente em discussão na Comissão de Educação (CE) da Câmara dos Deputados.

            As informações são do site Publishnews:

            E as propostas dos candidatos à Presidência da República? A maioria dos programas apresentados falam genericamente em incentivo à cultura, facilitar o acesso a bens culturais, mas não mencionam especificamente livros ou bibliotecas. Entre os que os mencionam se diz que serão melhoradas as estruturas físicas das escolas e será incentivado o aumento no número de bibliotecas. Outro candidato fala em ampliar o acervo de livros a fim de proporcionar uma formação não preconceituosa aos alunos.

            Fala-se ainda em garantir que todos os alunos até o final do 2º ano do Ensino Fundamental tenham desenvolvidas as habilidades básicas em leitura, escrita e matemática. Alguns candidatos falam em aumentar o orçamento destinado à educação, melhorar a formação e qualificação de professores, e investimento em espaços de cultura e lazer, incluindo bibliotecas.

            O incentivo à educação de qualidade desde o início da vida escolar, ampliar e melhorar o conteúdo de matemática, ciências e português, fortalecer o Ministério da Cultura e seu instituto para o livro e outros, e rever as leis de fomento cultural. Outras propostas giram em torno de tornar a escola mais atrativa, incluindo a universalização de bibliotecas, e melhorar o financiamento a museus, arquivos e bibliotecas.

            O site Publishnews detalha as propostas dos candidatos em:

            Palavra do Renato: Caros leitores, os exemplos de interferência estatal indevida na cultura são incontáveis, e como disse certa vez um conhecido analista político, fatalmente esta descamba para favorecimento daquele artista com afinidade ideológica com o governante de plantão. O ideal é que os artistas tenham total liberdade para fazer seu trabalho, o que, evidentemente, não excluiu o governo, seja nos níveis municipal, estadual ou federal, de cumprir sua obrigação de prover educação de qualidade a todos. No Brasil temos sorte de acompanhar uma diversidade cultural absolutamente fantástica, embora exista, sem a menor dúvida, um claro favorecimento de algumas manifestações em detrimento de outras.

            Como escritor que já teve dois livros publicados no subgênero de ficção científica, e participação em antologias com temas tão diversos como alienígenas, ficção científica medieval, steampunk, dieselpunk, cyberpunk, queer e diversidade sexual, e muito em breve bruxas, acredito ser eu mesmo uma prova viva de como é importante a liberdade total para imaginar, elaborar, escrever e publicar. Se posso sugerir ao leitor, pense bastante em quem vai depositar seu voto, aproveite as facilidades da internet e confira as declarações do candidato em vista, e veja se ele ou ela fala e atua conforme o que defende em seu plano de governo.

            Sempre defendi a total liberdade de expressão, e nisso estamos entre os principais países do mundo, pois nossa Constituição garante essa conquista importantíssima e inegociável do processo civilizatório. Só em um ambiente de plenas liberdades a imaginação do escritor pode fluir e prosperar, e como trekker que sou, na sociedade e nas escolas deve sempre valer o ideal vulcano do IDIC: "Infinita Diversidade, Infinita Combinação".

            O país é também responsabilidade de cada um de nós, meu voto é que possamos construir um mais próspero e livre, com esse caldo caótico e sempre em movimento que são os livros e a cultura.

Um comentário:

  1. É de extrema importancia esses questionamentos e a maneira de saber analisar as propostas dos candidatos nessas eleições. É fato q os politicos que agem de má fé, querem mais o empobrecimento da educação e cultura no pais, mas todos a citam em seus "planos" de governo, mas poucos de fato apresentan propostas verdadeiras q são realmente relevantes q fazem os jovens terem o dissernimento e o pensamento crítico.
    Bela matéria essa.

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