Hoje é o Dia Internactional do Rock. Milhares de
pessoas no mundo inteiro se reúnem para celebrar este que é um dos ritmos mais
antigos e contagiantes do mundo. Mas como essa data surgiu? E como foi
escolhida?
Tudo começou com um festival que marcou uma década:
o Live Aid, de 1985, organiado por Bob Geldof, da banda Boomtown Rats (do
sucesso I Don´t Like Mondays). Algum tempo antes, em 1984, ele havia organiado
um supergrupo (banda onde todos os componentes são estrelas por si mesmos)
chamado Band Aid, que reunira os principais músicos e artistas britânicos e
irlandeses. Geldof e Midge Ure, do grupo Thin Lizy, organizaram a banda para
levantar dinheiro e ajudar a combater a fome na Etiópia. A música lançada, Do
They Know It's Christmas?, foi lançada em 25 de novembro de 1984 e superou as
esperanças dos produtores de se tornar o número um do Natal naquele lançamento.
A gravação original trazia nos vocais nomes como Simon Le Bon e Nick Rhodes, do
Duran Duran; Boy George, do Culture Club; Bono e Adam Clayton, do U2; Phil
Collins; Paul Young; e muitos outros.
Três re-gravações subseqüentes da canção para
arrecadar mais dinheiro para a caridade também lideraram as paradas, primeiro
com a versão Band Aid II em 1989 e a versão Band Aid 20 em 2004 e finalmente a
versão Band Aid 30 em 2014.
O Live Aid foi um concerto beneficente de dois
palcos realizado no sábado, 13 de julho de 1985, e uma iniciativa de angariação
de fundos baseada em música. O evento foi anunciado como uma jukebox global e foi
realizado simultaneamente no Wembley Stadium, em Londres, Inglaterra, Reino
Unido (com a participação de 72.000 pessoas) e no John F. Kennedy Stadium, na
Filadélfia, Pensilvânia, Estados Unidos (com cerca de 100.000 pessoas).
No mesmo dia, os shows inspirados na iniciativa
aconteceram em outros países, como a então União Soviética, Canadá, Japão,
Iugoslávia, Áustria, Austrália e Alemanha Ocidental. Foi um dos maiores enlaces
de satélite de escala e transmissões de televisão de todos os tempos; um público
estimado de 1,9 bilhão de pessoas em 150 nações assistiu à transmissão ao vivo,
quase 40% da população mundial.
A repercussão foi variada. Os shows forma um
sucesso, mas o dinheiro arrecadado foi canalizado para as ONGs na Etiópia, mas
muitas delas eram ligadas ao governo etíope de Mengistu Haile Mariam, que
dirigia de uma forma brutal e que fez a Primeira Ministra do Reino Unido,
Margaret Thatcher, querer desestabilizar. No final tudo foi gasto pelo ditador
em em armas.
Muitos não compareceram, dentre eles Michael
Jackson, Bruce Springsteen e Prince, que enviou um vídeo de 4 The Tears In Your
Eyes. Um Deep Purple reunido também deveria aparecer da Suíça via satélite, mas
desistiu depois que o guitarrista Ritchie Blackmore se recusou a participar. Os
Eurithmics deveriam tocar de Wembley, mas cancelaram depois que Annie Lennox
sofreu sérios problemas de garganta. Deep Purple (menos Blackmore, que deixou a
banda em 1993) apareceu na sequência do Live 8 de Geldof 20 anos depois, se
apresentando na etapa de Toronto do evento enquanto Lennox aparecia nos shows
de Londres e Edimburgo. Foreigner e Yes forma apenas algumas das bandas que
acabaram sendo rejeitadas porque não havia mais como encaixá-las.
Apesar de ser chamado de Dia Mundial do Rock, a
data é comemorada apenas no Brasil. Ela começou a ser comemorada em meados dos
anos 1990, quando duas rádios paulistanas especializados em rock (a 89 FM e a
97 FM) começaram a mencionar a data em sua programação. A proposta foi aceita
pelos ouvintes e, em poucos anos, tornou-se popular em todo o país. No entanto,
esta data é completamente ignorada no resto do mundo.
Outros países e localidades não têm uma data
específica para celebrar este estilo musical. Nos Estados Unidos, a nação onde
nasceu, poucas pessoas comemoram a ocasião em nove de julho, em homenagem ao
programa American Bandstand, que era apresentado por Dick Clark, que ajudou a
popularizar o rock and roll por lá.
Sérgio Pereira Couto é o âncora do programa Coletivo de Letras (@coletivodeletras), jornalista e escritor de dupla nacionalidade (brasileira e portuguesa). Autor de 50 livros, oito dos quais romances, explora em suas obras ficcionais e não ficcionais os bastidores de assuntos como sociedades secretas, teorias de conspiração, história do rock e ciência forense. Autor dos bestsellers "Sociedades Secretas" e "Mentes Criminosas", além de ter publicado romances policiais como "Help! - A Lenda de um Beatlemaníaco", "O Círculo do Medo" e "O Tesouro dos Cátalos", dentre outros.
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