Nos
últimos tempos tem sido meio complicado para nós ir ao cinema com a frequência
que gostaríamos, por isso só neste final de semana que passou conseguimos
assistir Turma da Mônica – Laços. E foi demais!
Em
2013, quando saiu a Graphic MSP que inspirou o filme, obra-prima dos irmãos
Caffagi, escrevi a resenha da qual reproduzo a maior parte abaixo:
Maravilhosa!!!
Poderia
realmente terminar esta resenha aqui, e notem, caros leitores, que mesmo essa
exclamação não é nem de longe suficiente para fazer justiça a Turma da Mônica –
Laços, o segundo volume do selo Graphic MSP. Depois da extraordinária
Astronauta – Magnetar, a Mauricio de Sousa Produções entregou para as mais que
competentes mãos dos irmãos Vitor e Lu Caffagi a tarefa de explorar a história
do Quarteto principal do gênio.
Outros
poderiam se amedrontar com o tamanho descomunal da responsabilidade, mas como o
próprio Mauricio explica no prefácio, Lu e Vitor realizaram um trabalho
magnífico com um carinho e atenção que só se pode dedicar aos melhores amigos.
O resultado é primoroso, absolutamente belíssimo e emocionante! Vitor ficou com
a tarefa de desenhar a história principal com a turminha em seus tradicionais
sete anos, ao passo que Lu mostrou os personagens em flashback.
E
por sinal, os traços de uma delicadeza impressionante dela têm alguma mágica
indefinível e impressionante, cativam a primeira vista, e é impossível não se
emocionar! No lançamento aqui em São Paulo, aliás, depois de receber o autógrafo
de Vitor em meu exemplar foi a vez da Lu, e eu fiquei ali ao lado vendo-a fazer
sua arte, simplesmente maravilhado com sua técnica. E consegui ainda o
autógrafo do editor Sidney Gusman, mordam-se de inveja!
Tenho
que destacar ainda este vídeo, em que os irmãos pela primeira vez têm contato
com o resultado de seu trabalho. A reação da Lu é emocionante!
Falei
acima de melhores amigos, amizade, e esse é o tema de Laços. A trama gira em
torno do desaparecimento do Floquinho, e da busca movida por Cebolinha, Cascão,
Magali e Mônica para encontrá-lo. A HQ tem um delicioso sabor de anos 80, com
várias referências as quais Goonies e Conta Comigo são as mais evidentes.
Mas
há outras, e quando li “guerreirooos...”, fiquei absolutamente pasmo, e com um
sorriso de orelha a orelha no rosto!
Ah, a cena das bicicletas, claro, tem muito de um
certo inimigo da Má, além de um triste momento no bosque que evoca uma das mais
antológicas séries de tirinhas de Calvin & Haroldo, de outro gênio dos
quadrinhos, Bill Watterson.
No
começo da trama, vemos Cebolinha e Cascão fugindo da Mônica após a falha em
outro plano “infalível”, e no caminho deles topamos com Magali, Seu Juca, Xaveco
e outros personagens. As próprias fantasias dos dois amigos evocam os Garotos
Perdidos, que era o título provisório do livro. Só que as coisas começam a se
complicar quando Cebolinha e Cascão chegam na casa do primeiro tomada de gente,
e a mãe lhe explica que o Floquinho sumiu. A cena sem um único balão de diálogo
do pai chegando em casa tarde da noite após uma busca infrutífera é de cortar o
coração.
Na
manhã seguinte, quem aparece para animar o combalido Cebolinha? Cascão e as
meninas, claro. Depois de reparar na estante do quarto do Cebolinha tem início
a busca, o encontro com o grupo adversário de garotos mencionado acima, e as
primeiras pistas apontando para um longínquo parque.
Muitas
aventuras depois, a turma acaba passando a noite na floresta. Em um dos
momentos mais deliciosos da história, em torno de uma fogueira cada um conta
uma história. De novo a Lu nos encanta quando chega a vez da Mônica, que
descreve como o pai dela certa vez adaptou histórias que a avó dele contava...
sim, é uma narração do próprio passado do Maurício de Sousa! É absolutamente
impossível não se apaixonar e se maravilhar pelos traços da Lu, que fez
inclusive uma pesquisa sobre as roupas de época, como está narrado nos extras
do livro!
A
turma vai seguindo as pistas, e na noite seguinte finalmente encontra o
Floquinho, no momento mais sombrio e perigoso da trama. Perigoso mesmo, a ponto
de sequer a força da Mônica ser suficiente. Mas felizmente aqui o plano
infalível dá certo, e na cena seguinte o desespero e agonia dos pais termina
com um telefonema do Cebolinha para a mãe. Logo retornamos à tarefa de fugir
das coelhadas da Mônica depois de mais um plano infalível.
Turma
da Mônica – Laços, é para ler, reler, reler de novo, e se emocionar sempre com
essa obra-prima dos irmãos Caffagi. Por sinal tenho que recomendar os blogs
deles, o Punyparker do Vitor onde ele desenvolve um excelente trabalho com
Valente, e o Los Pantozelos, onde podemos voltar a nos apaixonar pelo traço
incomparável da Lu!
Ainda
sobre Laços, como sonhar ainda não custa nada, depois que nos amarramos na
história ficamos imaginando como seria uma adaptação em filme. Para mim, seria
Oscar de Animação fácil.
Parabéns
Lu, Vitor, Sidney e a todos os envolvidos nessa maravilhosa obra-prima, e mais
uma vez obrigado ao grande gênio e mestre Maurício de Sousa! Evocando outra
magnífica história, O Homem que Gostava de Contar Histórias, de Edson
Itaborahy, do primoroso álbum Ouro da Casa, o mundo de Mauricio de Sousa não
substituiu o nosso, mas com certeza o tornou incomparavelmente melhor!
Sei
que meu mundo fica melhor e mais colorido cada vez que leio e releio Laços.
Bem,
ficou muito claro nesse texto, publicado anteriormente no site Aumanack e agora
um pouco editado, o quanto amei Laços. Por isso, quando chegaram as primeiras
notícias de que a HQ teria uma adaptação cinematográfica, a expectativa só
aumentou. E foi crescendo, crescendo, atingindo níveis nem um pouco saudáveis a
cada novidade e trailer divulgado. Ah, os trailers! Nada menos que emocionante
ver neles cenas da magnífica HQ de Lu e Vitor!
Neste
último domingo, graças ao Now da Net, finalmente conferimos Turma da Mônica -
Laços. E foi demais!
Galeria de fotos:
As
necessárias mudanças e adaptações, o que sempre acontece quando uma obra
literária ou quadrinística é transposta para o cinema, ficaram sensacionais! A
apresentação dos demais personagens durante a fuga de Cebolinha e Cascão da
fúria da Mônica ficou sensacional, assim como todo o drama do desaparecimento
do Floquinho.
Traz
uma emoção muito especial quando a Turma está espalhando os cartazes para
tentar localizar o cãozinho, e quando param na banca de jornais vemos o próprio
Mauricio de Sousa conversando com eles! E claro, ao fundo vemos várias das
edições das revistas, incluindo as próprias Graphics MSP (e Laços, claro!).
Outras
participações mais que especiais podem ser conferidas quando a Magali está
conversando com o florista, que é nada menos que o editor Sidney Gusman! E
aquele casal de clientes são Lu e Vitor Caffagi, os autores da HQ Laços!
Falando
em participação especial, o Louco (Licurgo Ourival Umbelino Cafiaspirino de
Oliveira, por favor!) vivido por Rodrigo Santoro, foi um acréscimo nada menos
que perfeito, com um diálogo surreal com o Cebolinha que não fica nada a dever
às histórias sempre surreais desse maravilhoso personagem. Dá até para sonhar
com a adaptação da Graphic dele, que nos faz chorar toda vez que lemos!
As
mudanças sobre as pistas que a Turma segue, e quanto as motivações do vilão,
foram muito bem feitas deixando o filme com uma identidade própria. E o que
realmente amamos foi o confronto final, com cada um da Turma precisando
enfrentar seus maiores temores e idiossincrasias. Isso mostra o quanto os
personagens cresceram ao longo da trama, um elemento clássico e sempre
necessário em qualquer história.
Ver
finalmente a Turminha mais amada do Brasil em um filme muito fiel a uma de suas
melhores histórias em quadrinhos foi emocionante, nos fazendo sentir parte do
Bairro do Limoeiro! Turma da Mônica – Laços é para rever e rever, assim como a
HQ é para reler e reler. Parabéns a todos pela estupenda realização, e nosso
amigo Sidney Gusman já divulgou uma foto mostrando uma reunião na MSP cuja
pauta foi a versão de cinema de Lições, segunda Graphic dos Caffagi.
Já
estamos contando os segundos para assistir!
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