Homenagem a Hilda Hilst abre comemorações de 50 anos do MIS
Revelando Hilda Hilst traz uma exposição de fotos da escritora, poeta e dramaturga no ano que se comemora 90 anos do seu nascimento. Projeto também apresenta uma instalação sonora e programação paralela que conta com exibição de filmes e leituras dramáticas.
Entrada gratuita
No dia 1º de fevereiro de 2020, o MIS – instituição da Secretaria de Cultura e Economia
Criativa do Governo do Estado de São Paulo – inaugura Revelando Hilda Hilst. O projeto tem entrada gratuita e aborda a vida e obra da escritora, poeta e dramaturga paulista Hilda Hilst (1930-2004) no ano que se comemora 90 anos do seu nascimento. A abertura da exposição conta com programação especial com visita guiada e bate-papo com Jurandy Valença [curador] e Gabriela Greeb e leitura com Bete Coelho, Cida Moreira e Glamour Garcia. Revelando Hilda Hilst marca o início das comemorações do aniversário de 50 anos do Museu da Imagem e do Som, celebrados em maio de 2020.
Com curadoria do artista visual e jornalista
Jurandy Valença e produção da Caboclas
Produções, o projeto apresenta uma exposição de retratos de Hilda, alguns deles inéditos, desenhos de sua autoria nunca antes exibidos em público, além de quinze edições originais dos livros de Hilda, com capas de artistas como Darcy Penteado, Clovis Graciano, Wesley Duke Lee, Tomie Ohtake, Jaguar, Millôr Fernandes, Maria Bonomi e Arcângelo Ianelli, entre outros. A mostra se completa com a instalação sonora Rede Telefonia, de Gabriela Greeb e Mario Ramiro, na qual é possível ouvir a voz da autora por intermédio de gravações originais realizadas na década de 1970, quando ela tentava se comunicar com o além. Já a programação paralela traz leituras de seus poemas, com convidados como Cida Moreira, Marina de La Riva e Dudu Bertholini, entre outros. Completa a programação a exibição dos filmes Hilda Hilst pede
contato e O Unicórnio, e a leitura dramática de uma de suas peças, O visitante, escrita em 1968 em plena ditadura militar.
Produções, o projeto apresenta uma exposição de retratos de Hilda, alguns deles inéditos, desenhos de sua autoria nunca antes exibidos em público, além de quinze edições originais dos livros de Hilda, com capas de artistas como Darcy Penteado, Clovis Graciano, Wesley Duke Lee, Tomie Ohtake, Jaguar, Millôr Fernandes, Maria Bonomi e Arcângelo Ianelli, entre outros. A mostra se completa com a instalação sonora Rede Telefonia, de Gabriela Greeb e Mario Ramiro, na qual é possível ouvir a voz da autora por intermédio de gravações originais realizadas na década de 1970, quando ela tentava se comunicar com o além. Já a programação paralela traz leituras de seus poemas, com convidados como Cida Moreira, Marina de La Riva e Dudu Bertholini, entre outros. Completa a programação a exibição dos filmes Hilda Hilst pede
contato e O Unicórnio, e a leitura dramática de uma de suas peças, O visitante, escrita em 1968 em plena ditadura militar.
Revelando Hilda Hilst reúne fotografias de Hilda
Hilst registradas por quatro fotógrafos em períodos diferentes. A primeira
série exibe registros da autora de 1959, quando ela tinha 29 anos, realizados
pelo fotógrafo português Fernando Lemos, falecido em dezembro do ano passado. A
segunda série, realizada em 1990 pelo fotógrafo, arquiteto, músico e desenhista
paulistano Gal Oppido (1952) retrata Hilda com 60 anos; os registros foram
feitos durante uma entrevista que o escritor Caio Fernando Abreu fazia com
Hilda para a revista A-Z. A mostra também traz uma série do fotógrafo
paulistano Eduardo Simões (1956), que realizou fotos da autora na sua
residência, a Casa do Sol, em Campinas (SP), em 1999. As imagens registram não só
a escritora, mas sua casa e seu entorno, inclusive seus inseparáveis
companheiros, as dezenas de cachorros que moravam com ela. A última série é do
jornalista, fotógrafo e curador independente, Eder Chiodetto, autor do livro O
lugar do escritor (Cosac Naif/2002), que retrata
36 escritores brasileiros, entre eles Hilda Hilst, em registros feitos sete anos antes de sua
morte. A maioria das fotografias de Oppido e Simões nunca foram exibidas.
O público também poderá ver a matriz em madeira da xilogravura da artista Maria Bonomi, realizada na década de 1970, que foi usada para a capa de um dos mais importantes livros de Hilda, Qadós; e um livro em francês de Freud, da biblioteca de Hilda, com grifos e um desenho assinado por ela.
36 escritores brasileiros, entre eles Hilda Hilst, em registros feitos sete anos antes de sua
morte. A maioria das fotografias de Oppido e Simões nunca foram exibidas.
O público também poderá ver a matriz em madeira da xilogravura da artista Maria Bonomi, realizada na década de 1970, que foi usada para a capa de um dos mais importantes livros de Hilda, Qadós; e um livro em francês de Freud, da biblioteca de Hilda, com grifos e um desenho assinado por ela.
“Hilda Hilst se isolou na Casa do Sol e lá
permaneceu até sua morte criando alguns dos textos mais significativos da
literatura brasileira. Tive a sorte e o prazer enorme de morar e trabalhar com
ela por um período de quatro anos no começo da década de 1990”, conta Jurandy Valença.
“Nesses 90 anos de seu nascimento, essa mostra é uma homenagem que reúne inúmeros
registros nunca antes vistos ou ouvidos pelo público, alguns em raras e
pontuais oportunidades. Eles apresentam uma Hilda com múltiplas facetas, além
da escritora, poeta, dramaturga e cronista, mas também uma desenhista que
criava seres híbridos que se situavam entre o humano, o animal e o vegetal em
uma atmosfera que dialoga muito com o surrealismo”, completa.
Instalação sonora: Rede telefonia
A instalação de Gabriela Greebe Mario Ramiro dá
continuidade às experiências realizadas pela escritora brasileira Hilda Hilst
na década de 1970, quando ela procurava por meio de gravações de sinais de
rádio, um canal de comunicação com amigos já falecidos. Ela escolhia um espaço vazio
entre duas estações e registrava em fita magnética alguns minutos do chiado característico
das estações fora do ar. Conhecido como ruído branco este chiado seria, supostamente,
o meio utilizado pelos “espíritos” para entrar em contato com o nosso mundo. A
partir de arquivos originais, Rede telefonia propõe ao público uma provocação:
entrar em contato com a poeta, morta em 2004 e que em suas experiências
perguntava “Vocês Mortos,
vivem?”. A transcrição completa do acervo de fitas cassetes de Hilda Hilst foi publicada pela primeira vez no livro Hilda Hilst pede contato. No volume, com o auxilio do código QR o material original também pode ser escutado pelo leitor. Nos áudios em primeira pessoa e em conversas com pessoas próximas como Lygia Fagundes Telles, ela discorre sobre o tempo, comenta obras e escritores, fala de sua solidão, de sua escrita, do desejo de ser lida e traduzida. Na mostra o público também poderá acessar – via QR Code - áudios com cerca de 20 poemas lidos pela própria autora.
vivem?”. A transcrição completa do acervo de fitas cassetes de Hilda Hilst foi publicada pela primeira vez no livro Hilda Hilst pede contato. No volume, com o auxilio do código QR o material original também pode ser escutado pelo leitor. Nos áudios em primeira pessoa e em conversas com pessoas próximas como Lygia Fagundes Telles, ela discorre sobre o tempo, comenta obras e escritores, fala de sua solidão, de sua escrita, do desejo de ser lida e traduzida. Na mostra o público também poderá acessar – via QR Code - áudios com cerca de 20 poemas lidos pela própria autora.
Programação de abertura
No sábado, 1º de fevereiro, o MIS preparou uma
programação especial - também gratuita - durante a abertura da mostra. Às 16h,
acontece visita guiada e bate-papo com Jurandy Valença [curador] e Gabriela
Greeb [instalação sonora]. Já às 18h, o público confere, no Auditório MIS, uma
leitura poética dos textos: Alcóolicas, Sobre a tua grande face, Bufólicas e Cantares
do sem-nome e de partidas, com Bete Coelho, Cida Moreira e Glamour Garcia. A leitura
será acompanhada por projeção da VJ Carol Shimeji.
Sobre Hilda Hist
Hilda Hilst (1930-2004) foi uma poetisa, cronista,
dramaturga e ficcionista brasileira. É considerada uma das maiores escritoras brasileiras do século 20. Hilda de
Almeida Prado Hilst nasceu em Jaú, São Paulo, no dia 21 de abril de 1930. Em
1937, veio morar em São Paulo, capital. Hilda estreou na literatura com a
publicação de seu primeiro livro de poesias, intitulado Presságio (1950). Desde
então, foram mais de 40 obras publicadas, várias traduções internacionais e
inúmeros prêmios. Em meados da década de 1960, constrói a Casa do Sol nos arredores
de Campinas, atualmente sede do Instituto Hilda Hilst, tombada pelo patrimônio histórico
de Campinas em 2011, e que abriga seu acervo pessoal, biblioteca, roupas, além
de manter um programa de residências artísticas.
Sobre Jurandy Valença [Maceió, Alagoas, 1969]
Morou e trabalhou com a autora paulista Hilda
Hilst [1930-2004] na Casa do Sol, em Campinas [SP] durante quatro anos na
década de 1990. Atualmente trabalha com gestão cultural, como diretor adjunto
do Centro Cultural São Paulo [CCSP]. Já atuou na área como coordenador geral dos
centros culturais e teatros da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo;
coordenador geral da Oficina Cultural Oswald de Andrade, equipamento cultural
da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo; e diretor de projetos do
Instituto Cultural Hilda Hilst, em Campinas.
Como artista visual e curador realiza trabalhos
em fotografia desde 1998. Participou de mais de 70 exposições, entre
individuais e coletivas. Recebeu prêmios aquisições em 2002, 2003 e 2004, e já
realizou mais de dez curadorias.
REVELANDO HILDA HILST
DATA 01.02.2020 a 15.03.2020
INGRESSO Gratuito
HORÁRIO 10h às 22h – terça a sábado; 10h às 20h – domingos e feriados
Local Espaço Expositivo Térreo e Nicho
Museu da Imagem e do Som - MIS
Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo| (11) 2117 4777 | www.mis-sp.org.br
Estacionamento conveniado: R$ 18. Acesso e elevador para cadeirantes. Ar condicionado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário