Rebeca Prado Santos, 24 anos, ilustradora.
Nasci em Belo Horizonte
e me formei em Artes Visuais com especialização em Cinema de Animação pela
UFMG. Hoje sou ilustradora, quadrinista e professora de desenho.
Contato:
OBRAS
A Raposa e as Uvas, 2014,
independente
Baleia #1, 2014, independente
Baleia #2, 2015, independente
Navio Dragão, 2015, independente
1.
Como e quando você começou a se interessar pelas HQs?
Eu sempre gostei de ler, qualquer
gênero. Mas nunca fui muito apegada a quadrinhos especificamente. Gostava de
mangás na adolescência mas mesmo assim lia mais livros de literatura. Comecei a
me interessar mais profundamente com uns 19 anos, mais ou menos. Aí passei a
estudar com afinco e correr atrás do prejuízo.
2.
Lembra qual foi o primeiro quadrinho que te cativou?
Sim! Retalhos, do Craig Thompson.
Comprei no FIQ de 2009
3.
Como os quadrinhos influenciaram sua vida?
Tudo pra mim é um roteiro em
potencial. Sou formada em Cinema de animação também, então essa história de
juntar histórias e imagens sempre fez parte do meu cotidiano.
4.
Na hora de ler, qual gênero de HQ prefere?
Eu não me importo muito com o
gênero, desde que o roteiro seja legal e os personagens me cativem. Sou meio
chata com isso, acho importante ter empatia com a história. O gênero é algo
secundário.
5.
Qual seu quadrinho favorito? Por quê?
Ultimamente minhas certezas duram
pouco. No momento, meu quadrinho favorito é Macanudo. Amanhã pode não ser mais.
6.
Onde busca inspiração para criar?
Em tudo! Principalmente nas
pessoas.
7.
Na hora de trabalhar/criar, tem alguma mania?
Hahahahaha! Essa pergunta é super
pegadinha, né? Eu tenho umas manias mega estranhas. Trabalho bem em silêncio,
quando estou no computador. Mas, para desenhar e pintar, eu deixo sempre
rolando uma série menos complexa ou, se for pra ouvir música, eu deixo tocando
essas musicas mais Techno ou um rap. É impressionante, porque minha playlist de
trabalho é completamente diferente do que eu realmente curto ouvir nos outros
momentos do meu dia.
8.
Existe algum tema que se recusaria a usar nos seus
trabalhos? Por quê?
Usar ou apoiar? Usar, nenhum. Mas
apoiar, vários. Qualquer tema que ofenda alguém, ou que vá contra o que eu
acredito e defendo.
9.
O que vem por aí?
Esse ano é o ano do Navio Dragão!
Vou me dedicar ao livro, curtir o momento e tentar descansar um pouco. Mas já
estou preparando novos projetos para os próximos dois anos. O Baleia #3 está
quase pronto
10.
Existe preconceito por parte dos
criadores/roteiristas/desenhistas de HQs?
Olha, felizmente meus amigos mais
próximos desse meio são muito esclarecidos e queridos. Mas já vi várias
manifestações de preconceito disfarçadas de comentários “inocentes” e de
brincadeiras.
11.
As mulheres ainda sofrem preconceito por gostarem de
quadrinho?
As mulheres sofrem preconceito
por muita coisa, né? Felizmente estamos correndo atrás e mostrando que nossa
presença agrega conhecimento, representatividade, novas perspectivas e estimula
ainda mais a produção. Quadrinhos são tão legais, acho injusto excluir qualquer
parcela dos admiradores e autores.
12.
Como isso pode mudar?
Acho que a gente tem que abrir o
coração, admirar e aprender que diversidade é uma das coisas mais legais do
mundo.
13.
Algum recado para os leitores?
Sobre quadrinhos? Hum...quem
ainda não começou a se enveredar pelo universo das histórias em quadrinhos,
este é um excelente momento! O mercado nacional está lindo, os títulos
clássicos estão se reestruturando e estamos cheios de eventos! Agora, sobre a
vida...pare tudo o que você estiver fazendo agora e vá comer churros. No final
é isso que importa.
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