quarta-feira, 22 de julho de 2015

ESPECIAL QUADRINHOS: Entrevista Taís Koshino






Taís Koshino nasceu em Brasília em 1992. Atualmente é estudante de Comunicação Social na UnB,  tendo feito programa de intercâmbio na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.  Escreveu e dirigiu o curta Corpo às Avessas. É co-fundadora do selo editorial de quadrinhos Piqui, criado em 2011, com mais de dez publicações




Contato:

www.cargocollective.com/taiskoshino
OBRAS

Piqui 1, Selo Piqui, Brasília, 2011 (conjunto com Livia Viganó)
Em caso de perda retornar para: , Selo Piqui, 2012 (conjunto com Livia Viganó)
tzourinha #1, #2,  2012 (coletiva)
zine artemis #1, #2,2013 (coletiva, org: Lovelove6)
Mundo Anão, Selo Piqui, 2013
Gume, Selo Piqui, 2013 (conjunto com Livia Viganó)
Piqui 2, Selo Piqui, 2013 (conjunto com Livia Viganó)
fuio, Selo Piqui, 2013
junho, mês zines, 2013 (contribuição)
mr spoqui #41, 2013 (contribuição)
zine still without name #2, kitokia grafika,  2014 (contribuição)
Refractions delay/Refração do atraso, Selo Piqui, 2014
UMBEAGLE, Selo Piqui, 2014
Bem-vindo ao tumblr, Selo Piqui, 2014
Respiração, Selo Piqui, 2014
Coral, Selo Piqui, 2015



1.               Como e quando você começou a se interessar pelas HQs?

Por volta de 2011, quando entrei em contato com uma graphic novel para adultos, percebi que os quadrinhos eram uma forma de narrativa muito interessante, misturava texto e imagens se aproximando muito da linguagem do cinema, porém com a vantagem de que eu podia fazer sozinha e sem um orçamento milionário para contar histórias extravagantes.

2.               Lembra qual foi o primeiro quadrinho que te cativou?

Lembro de quando era criança ler quadrinhos da Turma da Mônica ou até mesmo da Disney que me cativavam, não sei muito bem qual foi o primeiro, mas depois quando jovem, a primeira graphic novel que li (tirando umas do Will Eisner que meu pai tem na biblioteca dele) foi Como uma luva de veludo moldada em ferro do Daniel Clowes, tem uma onda meio surrealista e uma narrativa suspense pulp nonsense que me agradou muito.


3.               Como os quadrinhos influenciaram sua vida?

Fazer quadrinhos me fez voltar a desenhar e, ao desenhar e contar histórias (ou não), é uma experiência incrível, eu me encontrei muito dentro disso.

4.               Na hora de ler, qual gênero de HQ prefere?

Meu gênero favorito são quadrinhos experimentais, que as vezes as pessoas nem classificam como quadrinhos, mas são os que mais me interessam.

5.               Qual seu quadrinho favorito? Por quê?
 
Não sei se eu tenho um quadrinho favorito haha. Gosto muito do Baby Boom do Yuichi Yokoyama, também das histórias da Amanda Baeza lá de Portugal, mas talvez o Hey Wait do Jason.
Baby Boom, Yuichi Yokoyama


6.               Onde busca inspiração para criar? (histórias pessoais, amigos...)

Não sei se busco inspiração para criar, talvez se for encarado como uma busca contínua, como um estar aberto. Estou sempre observando as coisas ao meu redor, às vezes uma ideia surge de apenas uma imagem e a partir daí se desenvolve. Talvez seja algo de observar mais as coisas que leio (textos de literatura, cinema, quadrinhos, arte, linguagem no geral) que somam e geram uma inspiração.

7.               Na hora de trabalhar/criar, tem alguma mania?

Hahaha, acho que tomar café e procrastinar.

8.               Existe algum tema que se recusaria a usar nos seus trabalhos? Por quê?

Não sei, porque depende do trabalho e da forma como esse tema vai ser trabalhado.

9.               O que vem por aí?

Aumentar o Selo Piqui, talvez tornar ele uma editora, estou com vários projetos de livros para fazer, também tenho que formar na universidade hahaha

10.            Existe preconceito por parte dos criadores/roteiristas/desenhistas de HQs?

Ah, sim. Existe um preconceito escrachado que é quando diminuem os quadrinhos que são feitos por mulheres por supostamente serem "coisas de garota", por serem sentimentais ou serem de "dramas femininos", e usam isso como algo realmente pejorativo. E existe também o famoso "clube do bolinha": os caras chamam seus amigOs para trabalhos, para formar coletivos, para publicar juntos, assim, fortalecendo a presença masculina, por exemplo: uma revista que só tem histórias de homens é algo super normal e aceito, ninguém questiona(va) nada, agora, se é uma revista só de mulheres já vem todo um preconceito e crítica em cima.
 
11.            As mulheres ainda sofrem preconceito por gostarem de quadrinho?

Hmm, por gostarem não sei, mas por fazerem acho que sim.

12.            Como isso pode mudar?

Isso já vem mudando, as mulheres que produzem, pelo menos uma cena mais jovem, vem se conhecendo, conversando e se incentivando a produzir, principalmente pela internet, assim surgem cada vez mais quadrinistas mulheres reconhecidas.

13.            Algum recado para os leitores?


Gente, vamos ler e comprar quadrinhos nacionais! Vamos às feiras, eventos, encontros!





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