terça-feira, 23 de outubro de 2018

Resenha: O Antiquário Portenho









Conhecer Tito Prates num evento de Agatha Christie, a Dama do Crime, foi ótimo. Os poucos minutos de papo junto com a palestra que podia, creio que falo por todos, durar mais umas duas horas com essa sumidade caracterizada de Poirot foram incríveis.

Tito Prates é escritor policial, mistério e terror, Embaixador Brasileiro de Agatha Christie Ltd. desde 2014 e diretor da ABERST – Associação Brasileira dos Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror. Esse último eu confesso que gosto, mas leio pouco, quando o faço é sozinha, no meio da noite e depois passo a madrugada sem dormir. Fora comer compulsivamente enquanto leio. Ao final da leitura de “O Antiquário Portenho – Objetos de Benção e Maldição” eu já tinha devorado uma barra de chocolate e um pacote de amendoim (fora o tablete de Menthos escrevendo essa resenha), isso porque o livro tem “apenas” 83 páginas e eu tive que parar algumas vezes no meio por medo... A leitura levou uma semana e a recuperação emocional um pouco mais.

O autor nos leva a Buenos Aires querida, no bairro de San Telmo. Pelo agradecimento, o arranjo fotografado para a capa realmente existiu em um antiquário e isso me pegou muito. A história se divide em contos e, a cada capítulo, descobrimos o passado de cada uma das peças com a recomendação de não serem vendidas, caso contrário as “consequências serão nefastas” – como é dito na quarta capa.

São doze casos onde o autor conta o motivo de estarem ali, aquisições e devoluções. Pessoalmente me apavorei em alguns contos “O boneco de pau”, “Bleu de Chine” e “Os militares de mármore” arrepiaram mais. Os outros iam me dando medo, mas esses três citados acima me deixaram com muuuito medo.

Cada conto/capítulo traz uma história escrita de um jeito diferente, hora pelo dono do antiquário, hora pelo antigo dono da peça. Com isso, o autor pode brincar com várias facetas e se divertir ao fazer isso.

Gosto e apoio muito a literatura nacional por me ver andando em um bairro ou avenida e saber que o personagem também passou ali e poderia estar perto de mim no momento. Neste caso, fui com o livro a Buenos Aires, quando estive em 2010; Pueblo no Novo México que visitei em 1998 e São Paulo, onde moro. Essa conexão com o leitor é ótima! Nos faz entrar no livro.

No final das contas, “O Antiquário Portenho” me surpreendeu. O epílogo uniu pontas de todos os capítulos e não só amarrou tudo, mas Tito Prates deu laço em cima! A última frase me pegou de tal maneira que não dormi, além de ficar assustada uns dias depois. Imaginação é TUDO! Gostei da placa de aviso para maçaneta que ganhei (precisei usar).

Livro fantástico. RECOMENDADÍSSIMO!!!!!!!





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