Dia
04 de Dezembro, uma terça feira, tivemos o grande prazer de visitar a Exposição
de Quadrinhos do MIS, Museu da Imagem e do Som.
Além
do mais era o dia do aniversário do Renato, então qual melhor maneira de
comemorar do que com um programa bem nerd?
(Nota do Renato: além disso,
ganhei de presente da Má o livro recém lançado pela Harper Collins Brasil “Beren e Lúthien” do mestre J. R. R.
Tolkien, editado por seu filho Cristopher. Pense em um dia praticamente perfeito!)
A
exposição começou no dia 14 de Novembro e vai até 31 de Março de 2019, e nosso
conselho é NÃO SE ATREVA A PERDER!!!!!!!
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Ingressos Antecipados: R$30 (inteira) e R$ 15 (meia) no site e no
app da Ingresso Rápido. Na bilheteria (sujeito a disponibilidade): R$14 (inteira)
e R$7 (meia); grátis às terças. As terças, a entrada é gratuita;
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Horários: Terça a sábado 10h às 20h; domingos e feriados 09h às 18h;
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Vá com bastante tempo para aproveitar, pois a exposição é bem extensa; pelo
mesmo motivo, use sapatos confortáveis; lá dentro há uma ENORME variedade de
quadrinhos, do infantil ao erótico e todos podem ser fotografados, mas sem
flash (e sim, o Flash está lá dentro também, mas não vimos o Zoom... ha ha ha).
Claro que menores idade não entram na sala das HQs eróticas, somente a partir
de 16 anos e acompanhados pelos pais ou responsáveis.
A
fachada do MIS recebe os visitantes com inúmeros personagens de HQs, de Batman
a Rê Bordosa, de Tintin a Deus, de Capitão América a Dona Anésia. E dá-lhe
quadrinistas nacionais fazendo o maior sucesso!!!!!!! UHUUU!!!!
Na
entrada, antes da escadaria, vemos Mightor e Brucutu, os Flintstones, Piteco e
Horácio, que nos conduzem a uma caverna com desenhos rupestres, os primórdios
do que iriam se tornar os quadrinhos. Somos então brindados com uma revista
1,000,000 Years Ago, nº1 de Setembro de 1953, onde ocorre a primeira aparição
de Tor, de Joe Kubert. Ao lado vemos Del Giant nº48 de Setembro de 1961, onde
ocorre a primeira aparição dos Flintstones em uma revista.
Entre
duas escadarias se podem passar vários e vários minutos cataventos feitos com
tirinhas, ladeados por inúmeras outras dessas manifestações quadrinísticas de
diversos personagens, no espaço batizado como Suplemento de Tiras. Entre estes
estão Snoopy, Garfield, O Fantasma (Nota do Renato: YES!!!), Calvin e Haroldo
(Nota do Renato: YES!!!), Niquel Náusea, Deus, e diversas outras, abrangendo
várias épocas.
Quadrinhos
europeus eram o primeiro grande destaque, com Tintin, Lucky Luke, Diabolik
(inspirador do Superpato, alter-ego heróico do Donald, e por falar nisso estão
acompanhando a série de artigos sobre Fantomius, antecessor do pato mascarado,
no blog do Renato, o Escritor com “R”?) ,
Modesty Blaise (suas tirinhas saíam no Estado de São Paulo alguns anos atrás),
Mortadelo e Salaminho, Tex, Asterix e muitos outros. Na parte de trás dos
totens representando cada um desses personagens há painéis com fotos de seus
criadores e um histórico das publicações.
Ao
lado desse setor uma cortina de mangás dava passagem para uma sala com as mais
conhecidas obras: Cavaleiros do Zodíaco, One Piece, Sakura, Lobo Solitário e
vários outros. Grande e merecido destaque para a obra do mestre Osamu Tezuka,
com Astro Boy, A Princesa e o Cavaleiro, Don Drácula e Simba. A sala era
inteira em preto e branco como bom mangá, exceto pela icônica moto vermelha de
Akira, e uma miniatura de Astro Boy.
Seguimos
por outro corredor com mais quadrinhos europeus, e entre os destaques estava o
jornal Charlie Hebdo (Je Suis Charlie), Juiz Dredd, Linus, Corto Maltese, Persépolis
(com direito ao filme sendo exibido ao lado em uma TV) e V de Vingança. Neste,
por sinal, o interessante é que em sua silhueta, no verso, inseriram uma foto
de Alan Moore exatamente na parte de cima, correspondendo á cabeça. Ficou muito
legal, como podem ver nas fotos. Sentimos falta somente de As Aventuras de
Luther Arkwright, de Brian Talbot, um dos melhores trabalhos de ficção
científica nos quadrinhos que já tivemos o prazer de conhecer.
Uma
fila de umas 15 ou 20 pessoas do lado de fora de uma pesada cortina preta,
guardada por um funcionário que controlava a permanência de 10 pessoas somente
na sala já aguçava a curiosidade. Parecia bem aquela fila de banheiro feminino
(quem é mulher sabe BEM do que estou falando). A imaginação já corria solta.
Lá
dentro, um verdadeiro banheiro nos esperava com escritos na parede, desenhos,
telefones dando ar de vandalismo de porta de banheiro público, já na parte
oposta, uma banca de revistas e Osgarmo, personagem de Angeli se animando com
as capas... Pias, espelho rabiscado e eis que um botão acende a primeira cabine
e damos de cara com um dos trabalhos de Milo Manara; a segunda com porta
espelhada e acendendo Valentina, de Guido Crepax; na terceira Druuna girava em
vários trabalhos de Paolo Eleuteri Serpieri; a última, da Editora Grafipar
convida-nos a olhar por buracos de fechadura. Tudo isso acontece enquanto Rê
Bordosa toma um delicioso banho de banheira. Robert Crumb tinha destaque em uma
parede aveludada e suas ilustrações emolduradas ao redor de Valentina – Piacere
della Carne de 1993 autografada por Guido Crepax (LINDA!).
Nota
do Renato: Como a Má comentou, achamos muito legal a montagem dos quadrinhos
eróticos em um banheiro, já que é comum encontrar certas “artes” nestes espaços
públicos, infelizmente, na maior parte das vezes. Destaque brasileiro para
Carlos Zéfiro, e havia exemplares ali para serem folheados. Entre os mestres
estrangeiros merecido destaque para Milo Manara e suas mulheres
inacreditavelmente belas, Guido Crepax com a eterna Valentina, e Paolo Eleuteri
Serpieri com a voluptuosa Druuna (diz a lenda que fora inspirada pela estrela
da Playboy do fim dos anos 80 Ana Lima). Uma das melhores partes da exposição.
Saindo
da sala de HQs eróticas e virando a esquerda, um tanto paradoxalmente, entramos
em outro destaque absoluto da exposição, o dedicado à Mauricio de Sousa
Produções! (Nota do Renato: A diversão já começava com uma imagem de Dona Morte
estampada em uma porta de acesso proibido, dizendo “não é por aqui”)
Fazemos uma
estupenda viagem no tempo através da produção desse que é um dos maiores gênios
dos quadrinhos de todos os tempos, e sempre com os temas e sons de Mônica
Toy-Toy-Toy ao fundo. Depois de nos deliciarmos com a evolução das HQs onde
cada personagem apareceu pela primeira vez, damos com uma parede onde existe
uma TV grande exibindo os episódios da deliciosa série, além de storyboards de
um dos episódios. (Nota do Rê: para quem é roteirista como este escriba com R,
um prato cheio!)
O espaço ainda tem todo o processo de elaboração de uma
história, desde o roteiro já em forma de quadrinhos até a revista pronta. Ao
lado, um grande painel com todas as Graphics MSP já lançadas, incluindo artes
originais dos autores. Sim, é para retornar para no mínimo mais uma visita! E
claro, passamos alguns minutos em um intervalo da produção deste texto
assistindo a episódios de Mônica Toy no canal oficial do Youtube https://www.youtube.com/user/turmadamonicaTV
...
Descemos
em seguida por uma escadaria, onde pode ser acompanhada toda a evolução das
publicações de Angelo Deagostini, Patrono dos Quadrinhos Brasileiros. Em 30 de
janeiro de 1869 publicou a primeira de uma longa série de histórias de Nhô Quim
no jornal Vida Fluminense, considerada a primeira publicação regular de
quadrinhos no país. Depois foi responsável pela série Zé Caipora, até criar em 1905 a revista Tico-Tico,
primeira revista em quadrinhos do Brasil. Por isso no dia 30 de janeiro é
Comemorado o dia do Quadrinho Nacional. Segue-se então por um corredor com vários
Almanaques e Suplementos exibindo diversos exemplares dessas publicações, além
de Gibi, O Globo Juvenil, Guri, Lobinho e outras. Raio Negro, Judoka, Capitão 7
e O Vigilante Rodoviário foram alguns dos personagens brasileiros que tiveram
destaque nessas publicações.
Ao
lado, uma porta dá acesso a uma sala dedicada a outro grande mestre dos
quadrinhos, Ziraldo. Lá vemos as Etapas da Produção de uma HQ com a citação de
Grant Morrison: “Tudo começa com uma pequena idéia para uma história e, então,
você começa a se envolver mais com os personagens de uma forma que não espera,
e tudo ganha vida.” As etapas são idéia, roteiro, design de personagens,
esboços, arte-final, cores, letreiramento, impressão e capa. E isso “só” para
que você e eu possamos encontrar nossos personagens favoritos ao abrir uma HQ!
Na sala temos as etapas de criação dos personagens Boneca de Pixe, Tininim e
Tuiuiú da Turma do Pererê; além de revistas com Menino Maluquinho e a revista
Pererê nº1 de 1960. Tudo isso ao redor de uma reprodução da mesa onde um
holograma de Ziraldo trabalha, que é emocionante!
Em outra grande
sala com iluminação azul,nada boa para fotos, mas deixa um ambiente
interessante, pois nas paredes são projetadas pessoas entrando e saindo de
várias portas (Nota da Má: não sei qual a prioridade nessa hora...) estão
expostos inúmeros trabalhos de quadrinistas brasileiros desde meados dos anos
1980, comprovando o inegável crescimento em quantidade e qualidade dos
trabalhos de nossos artistas. No centro o trio Angeli, Laerte e Glauco têm suas
obras expostas em destaque como Los Três Amigos.
Desde O
Pasquim e Chiclete com Banana, até chegar a obras de amigos nossos como Quadrinhos
A2 de Cris Eiko e Paulo Crumbim; Kris Klaus de Maurício Muniz e Joel
Lobo; Aurora de Felipe Folgosi; Uma Aventura de Verne & Mauá Mil
Léguas Transamazônicas de Spacca e Will; Monstros de Gustavo Duarte;
Tungstênio de Marcello Quintanilha; Valente de Vitor Caffagi; Hector
e Afonso de Estevão Ribeiro; Dona Anésia de Will Leite; Deus
e Cães e Gatos de Carlos Ruas; Necronauta de Danilo Beyruth; Quadrilha
de Rebeca Prado; uma cena de Gibi de Menininha de Germana Viana. (Nota
da Má: desculpa se não mencionamos algum dos amigos... faltaram também os
editores queridos). A sala é uma justa homenagem a artistas que têm feito
crescer e prosperar o quadrinho brasileiro. Belo destaque para todos os troféus
HQ Mix, maior premiação do quadrinho brasileiro.
Quadrinhos
Latinos são uma passagem rápida para o mundo Norte Americano, mas temos
referências de Maitena com Mulheres Alteradas e Liniers com Macanudo; além da
super amada Mafalda do argentino Quino, a menininha que detesta sopa e é
preocupada com o mundo (Nota da Má: gostei do jeito como destacaram a mudança
de sala para os Latinos, lembrando muuuuuito o filme “Coco – A vida é uma
festa”)
Quadrinhos
da América do Norte é o grande espaço de inúmeras criações inesquecíveis, como
Calvin e Haroldo, O Fantasma (Nota do Renato: Preciso mesmo conseguir um
exemplar de Casamento e Lua de Mel como o exposto). Personagens da Hanna
Barbera, incluindo até mesmo a maravilhosa Future Quest recém lançada no
Brasil.
O
enorme painel com as ilustres presenças de Mickey (feliz 90 anos!), Donald e
Tio Patinhas faz a alegria dos que querem uma selfie com seus personagens
preferidos. Dentro da sala dedicada a Disney consideramos que poderia haver
mais detalhes (Nota do Renato: Cadê o Superpato?), mas a exposição conta com
vários itens interessantes e alguns também presentes em nosso acervo pessoal,
como O Melhor da Disney Brasil (que resenhamos aqui), a Especial Os Cineastas e Donald 2481, a última edição a ser
publicada pela Abril. O Melhor da Disney: As Obras Completas de Carl Barks, a
recente edição em capa dura de Ducktales, artes originais e várias outras mais
antigas além de material mais antigo e histórico completavam a exibição Disney.
Retornamos
ao espaço maior da mostra norte-americana para conferir várias outras obras
clássicas, como Dick Tracy, Príncipe Valente, Tarzan, Zorro, a elogiadíssima
Sandman, entre outras. Havia um pequeno espaço com A Era das Trevas, destacando
o famigerado livro Sedução do Inocente, de Frederic Werthan, com certeza o
maior vilão já enfrentado por todos os personagens de quadrinhos. A clássica
Watchmen merecia um espaço um pouco maior, e ao lado dela havia outros
clássicos como Monstro do Pântano e as quadrinizações de 2001: Uma Odisséia no
Espaço, e Indiana Jones (Nota do Renato: Faz tempo que não abro meu Omnibus com
as HQs do maior herói do cinema...). Duna e Doctor Who estavam entre outras
obras a fazer a transição entre literatura, cinema, televisão e quadrinhos. E
ficamos felizes por encontrar as elogiadas adaptações quadrinísticas de
Arquivo-X (Nota do Renato: YES!!!) e Buffy: A Caça-Vampiros. Não poderiam
faltar nesse espaço multimídia Conan, Hellboy, Transformers, Buck Rogers, Flash
Gordon e O Sombra! O espaço com várias outras HQs menos conhecidas ainda trazia
uma mesa reproduzindo o local de trabalho de outro mestre, Will Eisner.
Merecida homenagem!
As
duas gigantes, Marvel e DC, mereceram espaços próprios como a Disney. A Casa das Ideias havia vários exemplares e as menções ao Universo
Cinematográfico Marvel. Atrás de um vidro um exemplar assinado pelo
inesquecível Stan Lee fazia os fãs ficarem minutos a fio em contemplação (Nota
dos dois: vai deixar saudades!).
O
espaço da DC era maior (por que será?), e construído como uma Batcaverna com
direito ao querido telefone vermelho! Menção a Cavaleiro das Trevas de Frank
Miller, em uma redoma víamos o uniforme de Jason Todd como Robin, e o
Batcomputador exibia em várias telas as fichas de diversos personagens, heróis
e vilões, desse universo (ou Multiverso, lembrando das 52 Terras paralelas).
Estátuas da Trindade, Batman, Superman e Mulher-Maravilha, dividem espaço com
expositores contendo várias obras de destaque, como a Lobinho trazendo a
primeira aparição de Batman em nosso país, ou uma Action Comics 1, primeira
revista a trazer uma aventura com o personagem. Em 2014 um exemplar em
excelente estado foi vendido por “somente” US$3,207,852!
Várias outras obras
mereciam destaque, muitas delas autografadas pelos autores. Porém percebemos
uma falha imperdoável da exposição na sala da DC Comics: a não incluisão da
magnífica DC: A Nova Fronteira, obra-prima do saudoso Darwyn Cooke, e que
merece figurar ao lado de outras como O Cavaleiro das Trevas e Watchmen como
uma das melhores HQs de todos os tempos. No restante, o espaço é digno de ser
admirado por horas a fio, trazendo elementos icônicos como o tiranossauro, a
moeda gigante, a carta de coringa e outros vistos na Batcaverna. (Nota da Má:
faltou falar do Aquaman que está lá... *suspiro*...)
E
assim foi nosso passeio pela Megaexposição Quadrinhos no MIS. Estamos muito,
mas muito dispostos mesmo a fazer mais uma visita, pois a mostra é uma aula de
histórias a respeito dessa arte tão fascinante e apaixonante. Como já dissemos,
mesmo uma tarde inteira nem de longe é suficiente para absorver a colossal
quantidade de informações dessa riquíssima história. O Museu da Imagem e do Som
está de parabéns por mais essa iniciativa, que merece ser visitada diversas
vezes!
"Um lápis,um papel e uma ideia. Todas as histórias em quadrinhos partem daí. Muitas não requerem mais que esses três elementos. Ou quatro, se considerarmos o leitor - que pode ser a pessoa aí ao seu lado.Para fazer quadrinhos, você não precisa de câmera, gravador, computador ou tintas. Pode até usar tudo isso, e quem sabe até mais. Mas começa começa com lápis, papel e ideia.É você quem desenha o cenário e o figurino, faz seu personagem gritar, falar baixinho ou apenas pensar. Você conduz o leitor a sentir uma folha caindo no chão ou a se surpreender com uma grande explosão. É você também quem escolhe estrategicamente aquele momento de tensão máxima que será seguido pelo "continua...".Segundo muitos quadrinistas, fazer quadrinhos é tão divertido quanto ler quadrinhos. Ou mais.Um lápis, um papel e uma ideia. Quem sabe você começa agora?" ~MIS
Ahhh e mais fotos AQUI e AQUI (não coube tudo em um só e das 1300 fotos e 5 horas lá dentro passeando foi até que pouco para uma visita dessas!)
Nota final da
Má: fiquei impressionada ao chegar nas salas e notar as fichas em braile sobre
o espaço, mas o que me tocou mesmo foi a delicadeza do MIS na criação de peças
para deficientes visuais “verem” os personagens. Em algumas salas havia
impressões em 3D de Mickey, Donald, Hulk e Astroboy, além de placas de madeira
com pirografia de personagens de Ziraldo e Snoopy. Cheguei a fechar os olhos e
sentir cada um. SIM, É PARA TOCAR!!! Chega a ser uma experiência bem
interessante sentir os músculos do Hulk, o rosto de Mickey...
Façam isso!!!
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