segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Como foi: Exposição de Quadrinhos no MIS




            Dia 04 de Dezembro, uma terça feira, tivemos o grande prazer de visitar a Exposição de Quadrinhos do MIS, Museu da Imagem e do Som.

            Além do mais era o dia do aniversário do Renato, então qual melhor maneira de comemorar do que com um programa bem nerd?



(Nota do Renato: além disso, ganhei de presente da Má o livro recém lançado pela Harper Collins Brasil “Beren e Lúthien” do mestre J. R. R. Tolkien, editado por seu filho Cristopher. Pense em um dia praticamente perfeito!)

            A exposição começou no dia 14 de Novembro e vai até 31 de Março de 2019, e nosso conselho é NÃO SE ATREVA A PERDER!!!!!!!


         

           - Ingressos Antecipados: R$30 (inteira) e R$ 15 (meia) no site e no app da Ingresso Rápido. Na bilheteria (sujeito a disponibilidade): R$14 (inteira) e R$7 (meia); grátis às terças. As terças, a entrada é gratuita;

           - Horários: Terça a sábado 10h às 20h; domingos e feriados 09h às 18h;

           - Vá com bastante tempo para aproveitar, pois a exposição é bem extensa; pelo mesmo motivo, use sapatos confortáveis; lá dentro há uma ENORME variedade de quadrinhos, do infantil ao erótico e todos podem ser fotografados, mas sem flash (e sim, o Flash está lá dentro também, mas não vimos o Zoom... ha ha ha). Claro que menores idade não entram na sala das HQs eróticas, somente a partir de 16 anos e acompanhados pelos pais ou responsáveis.

            A fachada do MIS recebe os visitantes com inúmeros personagens de HQs, de Batman a Rê Bordosa, de Tintin a Deus, de Capitão América a Dona Anésia. E dá-lhe quadrinistas nacionais fazendo o maior sucesso!!!!!!! UHUUU!!!!






            Na entrada, antes da escadaria, vemos Mightor e Brucutu, os Flintstones, Piteco e Horácio, que nos conduzem a uma caverna com desenhos rupestres, os primórdios do que iriam se tornar os quadrinhos. Somos então brindados com uma revista 1,000,000 Years Ago, nº1 de Setembro de 1953, onde ocorre a primeira aparição de Tor, de Joe Kubert. Ao lado vemos Del Giant nº48 de Setembro de 1961, onde ocorre a primeira aparição dos Flintstones em uma revista.






            Entre duas escadarias se podem passar vários e vários minutos cataventos feitos com tirinhas, ladeados por inúmeras outras dessas manifestações quadrinísticas de diversos personagens, no espaço batizado como Suplemento de Tiras. Entre estes estão Snoopy, Garfield, O Fantasma (Nota do Renato: YES!!!), Calvin e Haroldo (Nota do Renato: YES!!!), Niquel Náusea, Deus, e diversas outras, abrangendo várias épocas.



            Quadrinhos europeus eram o primeiro grande destaque, com Tintin, Lucky Luke, Diabolik (inspirador do Superpato, alter-ego heróico do Donald, e por falar nisso estão acompanhando a série de artigos sobre Fantomius, antecessor do pato mascarado, no blog do Renato, o Escritor com “R”?) , Modesty Blaise (suas tirinhas saíam no Estado de São Paulo alguns anos atrás), Mortadelo e Salaminho, Tex, Asterix e muitos outros. Na parte de trás dos totens representando cada um desses personagens há painéis com fotos de seus criadores e um histórico das publicações.



            Ao lado desse setor uma cortina de mangás dava passagem para uma sala com as mais conhecidas obras: Cavaleiros do Zodíaco, One Piece, Sakura, Lobo Solitário e vários outros. Grande e merecido destaque para a obra do mestre Osamu Tezuka, com Astro Boy, A Princesa e o Cavaleiro, Don Drácula e Simba. A sala era inteira em preto e branco como bom mangá, exceto pela icônica moto vermelha de Akira, e uma miniatura de Astro Boy.








            Seguimos por outro corredor com mais quadrinhos europeus, e entre os destaques estava o jornal Charlie Hebdo (Je Suis Charlie), Juiz Dredd, Linus, Corto Maltese, Persépolis (com direito ao filme sendo exibido ao lado em uma TV) e V de Vingança. Neste, por sinal, o interessante é que em sua silhueta, no verso, inseriram uma foto de Alan Moore exatamente na parte de cima, correspondendo á cabeça. Ficou muito legal, como podem ver nas fotos. Sentimos falta somente de As Aventuras de Luther Arkwright, de Brian Talbot, um dos melhores trabalhos de ficção científica nos quadrinhos que já tivemos o prazer de conhecer.












           
            Uma fila de umas 15 ou 20 pessoas do lado de fora de uma pesada cortina preta, guardada por um funcionário que controlava a permanência de 10 pessoas somente na sala já aguçava a curiosidade. Parecia bem aquela fila de banheiro feminino (quem é mulher sabe BEM do que estou falando). A imaginação já corria solta.

            Lá dentro, um verdadeiro banheiro nos esperava com escritos na parede, desenhos, telefones dando ar de vandalismo de porta de banheiro público, já na parte oposta, uma banca de revistas e Osgarmo, personagem de Angeli se animando com as capas... Pias, espelho rabiscado e eis que um botão acende a primeira cabine e damos de cara com um dos trabalhos de Milo Manara; a segunda com porta espelhada e acendendo Valentina, de Guido Crepax; na terceira Druuna girava em vários trabalhos de Paolo Eleuteri Serpieri; a última, da Editora Grafipar convida-nos a olhar por buracos de fechadura. Tudo isso acontece enquanto Rê Bordosa toma um delicioso banho de banheira. Robert Crumb tinha destaque em uma parede aveludada e suas ilustrações emolduradas ao redor de Valentina – Piacere della Carne de 1993 autografada por Guido Crepax (LINDA!). 
















            Nota do Renato: Como a Má comentou, achamos muito legal a montagem dos quadrinhos eróticos em um banheiro, já que é comum encontrar certas “artes” nestes espaços públicos, infelizmente, na maior parte das vezes. Destaque brasileiro para Carlos Zéfiro, e havia exemplares ali para serem folheados. Entre os mestres estrangeiros merecido destaque para Milo Manara e suas mulheres inacreditavelmente belas, Guido Crepax com a eterna Valentina, e Paolo Eleuteri Serpieri com a voluptuosa Druuna (diz a lenda que fora inspirada pela estrela da Playboy do fim dos anos 80 Ana Lima). Uma das melhores partes da exposição.


            Saindo da sala de HQs eróticas e virando a esquerda, um tanto paradoxalmente, entramos em outro destaque absoluto da exposição, o dedicado à Mauricio de Sousa Produções! (Nota do Renato: A diversão já começava com uma imagem de Dona Morte estampada em uma porta de acesso proibido, dizendo “não é por aqui”)







Fazemos uma estupenda viagem no tempo através da produção desse que é um dos maiores gênios dos quadrinhos de todos os tempos, e sempre com os temas e sons de Mônica Toy-Toy-Toy ao fundo. Depois de nos deliciarmos com a evolução das HQs onde cada personagem apareceu pela primeira vez, damos com uma parede onde existe uma TV grande exibindo os episódios da deliciosa série, além de storyboards de um dos episódios. (Nota do Rê: para quem é roteirista como este escriba com R, um prato cheio!) 






O espaço ainda tem todo o processo de elaboração de uma história, desde o roteiro já em forma de quadrinhos até a revista pronta. Ao lado, um grande painel com todas as Graphics MSP já lançadas, incluindo artes originais dos autores. Sim, é para retornar para no mínimo mais uma visita! E claro, passamos alguns minutos em um intervalo da produção deste texto assistindo a episódios de Mônica Toy no canal oficial do Youtube https://www.youtube.com/user/turmadamonicaTV ...





            Descemos em seguida por uma escadaria, onde pode ser acompanhada toda a evolução das publicações de Angelo Deagostini, Patrono dos Quadrinhos Brasileiros. Em 30 de janeiro de 1869 publicou a primeira de uma longa série de histórias de Nhô Quim no jornal Vida Fluminense, considerada a primeira publicação regular de quadrinhos no país. Depois foi responsável pela série Zé Caipora, até criar em 1905 a revista Tico-Tico, primeira revista em quadrinhos do Brasil. Por isso no dia 30 de janeiro é Comemorado o dia do Quadrinho Nacional. Segue-se então por um corredor com vários Almanaques e Suplementos exibindo diversos exemplares dessas publicações, além de Gibi, O Globo Juvenil, Guri, Lobinho e outras. Raio Negro, Judoka, Capitão 7 e O Vigilante Rodoviário foram alguns dos personagens brasileiros que tiveram destaque nessas publicações.




            Ao lado, uma porta dá acesso a uma sala dedicada a outro grande mestre dos quadrinhos, Ziraldo. Lá vemos as Etapas da Produção de uma HQ com a citação de Grant Morrison: “Tudo começa com uma pequena idéia para uma história e, então, você começa a se envolver mais com os personagens de uma forma que não espera, e tudo ganha vida.” As etapas são idéia, roteiro, design de personagens, esboços, arte-final, cores, letreiramento, impressão e capa. E isso “só” para que você e eu possamos encontrar nossos personagens favoritos ao abrir uma HQ! Na sala temos as etapas de criação dos personagens Boneca de Pixe, Tininim e Tuiuiú da Turma do Pererê; além de revistas com Menino Maluquinho e a revista Pererê nº1 de 1960. Tudo isso ao redor de uma reprodução da mesa onde um holograma de Ziraldo trabalha, que é emocionante!








Em outra grande sala com iluminação azul,nada boa para fotos, mas deixa um ambiente interessante, pois nas paredes são projetadas pessoas entrando e saindo de várias portas (Nota da Má: não sei qual a prioridade nessa hora...) estão expostos inúmeros trabalhos de quadrinistas brasileiros desde meados dos anos 1980, comprovando o inegável crescimento em quantidade e qualidade dos trabalhos de nossos artistas. No centro o trio Angeli, Laerte e Glauco têm suas obras expostas em destaque como Los Três Amigos.







Desde O Pasquim e Chiclete com Banana, até chegar a obras de amigos nossos como Quadrinhos A2 de Cris Eiko e Paulo Crumbim; Kris Klaus de Maurício Muniz e Joel Lobo; Aurora de Felipe Folgosi; Uma Aventura de Verne & Mauá Mil Léguas Transamazônicas de Spacca e Will; Monstros de Gustavo Duarte; Tungstênio de Marcello Quintanilha; Valente de Vitor Caffagi; Hector e Afonso de Estevão Ribeiro; Dona Anésia de Will Leite; Deus e Cães e Gatos de Carlos Ruas; Necronauta de Danilo Beyruth; Quadrilha de Rebeca Prado; uma cena de Gibi de Menininha de Germana Viana. (Nota da Má: desculpa se não mencionamos algum dos amigos... faltaram também os editores queridos). A sala é uma justa homenagem a artistas que têm feito crescer e prosperar o quadrinho brasileiro. Belo destaque para todos os troféus HQ Mix, maior premiação do quadrinho brasileiro.



            Quadrinhos Latinos são uma passagem rápida para o mundo Norte Americano, mas temos referências de Maitena com Mulheres Alteradas e Liniers com Macanudo; além da super amada Mafalda do argentino Quino, a menininha que detesta sopa e é preocupada com o mundo (Nota da Má: gostei do jeito como destacaram a mudança de sala para os Latinos, lembrando muuuuuito o filme “Coco – A vida é uma festa”)




            Quadrinhos da América do Norte é o grande espaço de inúmeras criações inesquecíveis, como Calvin e Haroldo, O Fantasma (Nota do Renato: Preciso mesmo conseguir um exemplar de Casamento e Lua de Mel como o exposto). Personagens da Hanna Barbera, incluindo até mesmo a maravilhosa Future Quest recém lançada no Brasil.







            O enorme painel com as ilustres presenças de Mickey (feliz 90 anos!), Donald e Tio Patinhas faz a alegria dos que querem uma selfie com seus personagens preferidos. Dentro da sala dedicada a Disney consideramos que poderia haver mais detalhes (Nota do Renato: Cadê o Superpato?), mas a exposição conta com vários itens interessantes e alguns também presentes em nosso acervo pessoal, como O Melhor da Disney Brasil (que resenhamos aqui), a Especial Os Cineastas e Donald 2481, a última edição a ser publicada pela Abril. O Melhor da Disney: As Obras Completas de Carl Barks, a recente edição em capa dura de Ducktales, artes originais e várias outras mais antigas além de material mais antigo e histórico completavam a exibição Disney.








            Retornamos ao espaço maior da mostra norte-americana para conferir várias outras obras clássicas, como Dick Tracy, Príncipe Valente, Tarzan, Zorro, a elogiadíssima Sandman, entre outras. Havia um pequeno espaço com A Era das Trevas, destacando o famigerado livro Sedução do Inocente, de Frederic Werthan, com certeza o maior vilão já enfrentado por todos os personagens de quadrinhos. A clássica Watchmen merecia um espaço um pouco maior, e ao lado dela havia outros clássicos como Monstro do Pântano e as quadrinizações de 2001: Uma Odisséia no Espaço, e Indiana Jones (Nota do Renato: Faz tempo que não abro meu Omnibus com as HQs do maior herói do cinema...). Duna e Doctor Who estavam entre outras obras a fazer a transição entre literatura, cinema, televisão e quadrinhos. E ficamos felizes por encontrar as elogiadas adaptações quadrinísticas de Arquivo-X (Nota do Renato: YES!!!) e Buffy: A Caça-Vampiros. Não poderiam faltar nesse espaço multimídia Conan, Hellboy, Transformers, Buck Rogers, Flash Gordon e O Sombra! O espaço com várias outras HQs menos conhecidas ainda trazia uma mesa reproduzindo o local de trabalho de outro mestre, Will Eisner. Merecida homenagem!








            As duas gigantes, Marvel e DC, mereceram espaços próprios como a Disney. A Casa das Ideias havia vários exemplares e as menções ao Universo Cinematográfico Marvel. Atrás de um vidro um exemplar assinado pelo inesquecível Stan Lee fazia os fãs ficarem minutos a fio em contemplação (Nota dos dois: vai deixar saudades!).












            O espaço da DC era maior (por que será?), e construído como uma Batcaverna com direito ao querido telefone vermelho! Menção a Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, em uma redoma víamos o uniforme de Jason Todd como Robin, e o Batcomputador exibia em várias telas as fichas de diversos personagens, heróis e vilões, desse universo (ou Multiverso, lembrando das 52 Terras paralelas). Estátuas da Trindade, Batman, Superman e Mulher-Maravilha, dividem espaço com expositores contendo várias obras de destaque, como a Lobinho trazendo a primeira aparição de Batman em nosso país, ou uma Action Comics 1, primeira revista a trazer uma aventura com o personagem. Em 2014 um exemplar em excelente estado foi vendido por “somente” US$3,207,852!




 Várias outras obras mereciam destaque, muitas delas autografadas pelos autores. Porém percebemos uma falha imperdoável da exposição na sala da DC Comics: a não incluisão da magnífica DC: A Nova Fronteira, obra-prima do saudoso Darwyn Cooke, e que merece figurar ao lado de outras como O Cavaleiro das Trevas e Watchmen como uma das melhores HQs de todos os tempos. No restante, o espaço é digno de ser admirado por horas a fio, trazendo elementos icônicos como o tiranossauro, a moeda gigante, a carta de coringa e outros vistos na Batcaverna. (Nota da Má: faltou falar do Aquaman que está lá... *suspiro*...)










            E assim foi nosso passeio pela Megaexposição Quadrinhos no MIS. Estamos muito, mas muito dispostos mesmo a fazer mais uma visita, pois a mostra é uma aula de histórias a respeito dessa arte tão fascinante e apaixonante. Como já dissemos, mesmo uma tarde inteira nem de longe é suficiente para absorver a colossal quantidade de informações dessa riquíssima história. O Museu da Imagem e do Som está de parabéns por mais essa iniciativa, que merece ser visitada diversas vezes!



 "Um lápis,um papel e uma ideia. Todas as histórias em quadrinhos partem daí. Muitas não requerem mais que esses três elementos. Ou quatro, se considerarmos o leitor - que pode ser a pessoa aí ao seu lado.
Para fazer quadrinhos, você não precisa de câmera, gravador, computador ou tintas. Pode até usar tudo isso, e quem sabe até mais. Mas começa começa com lápis, papel e ideia.
É você quem desenha o cenário e o figurino, faz seu personagem gritar, falar baixinho ou apenas pensar. Você conduz o leitor a sentir uma folha caindo no chão ou a se surpreender com uma grande explosão. É você também quem escolhe estrategicamente aquele momento de tensão máxima que será seguido pelo "continua...".
Segundo muitos quadrinistas, fazer quadrinhos é tão divertido quanto ler quadrinhos. Ou mais.
Um lápis, um papel e uma ideia. Quem sabe você começa agora?" ~MIS

        Ahhh e mais fotos AQUI e AQUI (não coube tudo em um só e das 1300 fotos e 5 horas lá dentro passeando foi até que pouco para uma visita dessas!)

Nota final da Má: fiquei impressionada ao chegar nas salas e notar as fichas em braile sobre o espaço, mas o que me tocou mesmo foi a delicadeza do MIS na criação de peças para deficientes visuais “verem” os personagens. Em algumas salas havia impressões em 3D de Mickey, Donald, Hulk e Astroboy, além de placas de madeira com pirografia de personagens de Ziraldo e Snoopy. Cheguei a fechar os olhos e sentir cada um. SIM, É PARA TOCAR!!! Chega a ser uma experiência bem interessante sentir os músculos do Hulk, o rosto de Mickey... Façam isso!!!


 


 



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