@teoeominimundo
1.Como e quando você começou a se interessar
pelas HQs?
Quando era criança,Turma da Mônica a grande escola de todos
os quadrinistas. Eu ganhei de uma parente
Asterix, Tintin e depois depois dos 20 e poucos anos eu comecei a me interessar
por Calvin e Haroldo, Mafalda, Henfil e outras coisas, sempre na linha de
tirinhas e também gostava muito das tirinhas da Folha de São Paulo então essa
foi a minha a minha formação como quadrinista.
2. Lembra qual foi o primeiro quadrinho que te
cativou?
O primeiro quadrinho que me cativou foi realmente a Turma da
Mônica, sem dúvida. É uma sensação muito boa lembrar dos gibis da Turma da Mônica,
hoje eu tenho só um na minha estante, mas quando era criança tinha muito, muito. Aquele universo,
aquela turma era muito familiar. E aí, a gente lia várias vezes a mesma
revista, não tínhamos outras coisas, não tinha acesso à internet, não tinha
essa coisa efêmera de timeline, que passa lê e nunca mais vê. A Turma da Mônica não, você tinha uma coleçãozinha de 20 a 30 gibis e lia aquilo em
loop. Então foi, sem dúvida, a Turma da Mônica.
Agora eu não sei dizer exatamente qual história me cativou
primeiro.
3. Como os quadrinhos influenciaram sua
vida?
Eu sou da linha de tiras, não sou leitor de Mangá. Não tive
oportunidade de ler super-heróis, meu
negócio é tirinhas. O que me influencia é a possibilidade de dizer várias
coisas profundas com poucas palavras, talvez com nenhuma palavra, apenas com
imagens.
Os quadrinhos me ajudaram a fazer quadrinhos, ler quadrinhos,
tirinhas foi fundamental para eu imitar o estilo de outras pessoas e de repente
me ver desenvolvendo meu próprio estilo. Ver como os balões eram colocados, a
ordem do texto, a ordem da aparição dos personagens, o espaço entre uma cena e
outra, a necessidade de cenas em silêncio, como é que você constrói o tempo, a
passagem do tempo, a espera através de uma cena em branco. Então a leitura de
quadrinhos me ajudou a fazer quadrinhos e como eu faço quadrinhos, hoje
sobrevivo graças a eles, porque eu vendo quadrinhos, a minha vida se deve à
venda de quadrinhos essa é minha profissão, então, devo tudo aos quadrinhos.
4. Na hora de ler, qual gênero de HQ
prefere?
Sem dúvida alguma tirinha. Você consegue fazer muita coisa
com poucas palavras, além de ser uma leitura rápida e fácil de produzir.
5. Qual seu quadrinho favorito? Por quê?
Eu diria que é Calvin e Haroldo. Porque é engraçado, é
simples, é poético, é profundo. O desenho é genial não tem comparação não
existe nada igual a Calvin e Haroldo.
6 . Quando e como começou a desenhar?
Acompanhou algum curso/livro?
Eu comecei a desenhar com 5 anos de idade eu já tinha o
primeiro personagem, então eu lembro que eu tinha personagem desde os cinco
anos, mas talvez não deve ser desenhada assim como toda criança. A minha vida
foi um curso de desenho porque a minha mãe é pintora, ela é artista plástica
então eu aprendi muita coisa com ela ao longo da vida, mas eu fiz um curso de
Aquarela em 2014 e outro em 2015, o que me ampliou muito possibilidade de
pintar com Aquarela.
7. Como surgiu seu personagem?
O Téo surgiu em 2012. Eu tinha necessidade de ter um
personagem fixo, mas eu não queria deixar de fazer os quadrinhos sem personagem
fixo que eu estava fazendo chamado Croniquinhas. Mas ao mesmo tempo eu sentia
necessidade de um personagem fica tipo Calvin, só que eu não queria que fosse
uma coisa tão engraçada quando Calvin quanto Mafalda, a turma do Snoopy. Eu
queria que houvesse um personagem fixo, mas ao mesmo tempo um mundo à parte e
aí eu pensei na ideia de um personagem que observasse o mundo onde tudo pudesse
acontecer. Essa é a origem do Téo.
8. Onde busca inspiração para criar?
Busco na vida, na necessidade de dizer algo, no sentimento,
na necessidade de elaborar alguma ideia, alguma coisa que eu estou sentindo ou
pensando. Inspiração também em leitura, em conversas reais com outras pessoas,
muitas conversas já viraram quadrinhos. Na filosofia oriental, nas mensagens da
filosofia oriental, no caso do término do mundo, tudo isso.
9. Na hora de trabalhar/criar, tem alguma mania?
Eu preciso ter as coisas em ordem porque como a minha mesa é
muito pequenininha, minha casa é muito pequena, se tá tudo muito bagunçado,
isso interfere na feitura do desenho então eu prefiro manter as coisas em ordem,
minimamente em ordem no lugar para poder começar. Outra mania que eu tenho ultimamente
é fazer live enquanto eu tô desenhando. Fazer live virou um hábito agora,
desenhar em conjunto com outras pessoas, desenhar com a companhia de outras
pessoas, isso é uma coisa muito interessante. Eu sinto falta da live quando eu
não tô desenhando e falando com alguém.
10. Qual a maior dificuldade encontrada na hora de criar?
É saber a hora de parar. Tem hora que eu extrapolo a pintura
eu pinto demais não precisava e eu tenho um pouco de dificuldade para fazer o
texto também para colocar os quadrinhos no lugar certo, porque não é qualquer
coisa não posso fazer de qualquer jeito não mensagem não é para falar
corretamente. Então é meio chato essa parte de desenhar e escrever isso para
mim é difícil, mas depois vai longe.
11. Existe algum tema que se recusaria a usar nos seus
trabalhos? Por quê?
Sim. Eu não gosto de desenhar político. Eu não gosto de
desenhar coisas pontuais, momentâneas, passageiras. Já tem muita gente boa
fazendo isso e eu prefiro desenhar mensagens que vão durar mais tempo. Porque
se eu fizer desenhar lá o João Doria, por exemplo, alguma coisa ligada ao João
Dória, isso vai passar e é local. Ah, vou dizer o Bolsonaro, faz o Bolsonaro lá
falando alguma coisa do Ministro da Educação. Semana que vem, ou amanhã, ou
hoje à tarde, já não tem mais validade essa charge. E ela cumpre o seu papel
ali. E eu deixo para os bons chargistas fazerem esse trabalho maravilhoso que
eu evito fazer porque eu não sei fazer também.
12. O que vem por aí?
O livro Téo & o Mini Mundo 2 que eu já estou juntando o
material. Já tem muita tirinha para fazer um livro dois, mas eu não sei quando
vai ser lançado. Tá quase pronto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário