quarta-feira, 15 de julho de 2020

QUADRINISTA: CAETANO CURY / TÉO & O MINI MUNDO





@teoeominimundo

1.Como e quando você começou a se interessar pelas HQs?
Quando era criança,Turma da Mônica a grande escola de todos os quadrinistas. Eu  ganhei de uma parente Asterix, Tintin e depois depois dos 20 e poucos anos eu comecei a me interessar por Calvin e Haroldo, Mafalda, Henfil e outras coisas, sempre na linha de tirinhas e também gostava muito das tirinhas da Folha de São Paulo então essa foi a minha a minha formação como quadrinista.

2. Lembra qual foi o primeiro quadrinho que te cativou?
O primeiro quadrinho que me cativou foi realmente a Turma da Mônica, sem dúvida. É uma sensação muito boa lembrar dos gibis da Turma da Mônica, hoje eu tenho só um na minha estante, mas quando era  criança tinha muito, muito. Aquele universo, aquela turma era muito familiar. E aí, a gente lia várias vezes a mesma revista, não tínhamos outras coisas, não tinha acesso à internet, não tinha essa coisa efêmera de timeline, que passa lê e nunca mais vê.  A Turma da Mônica não, você  tinha uma coleçãozinha de 20 a 30 gibis e lia aquilo em loop. Então foi, sem dúvida, a Turma da Mônica.
Agora eu não sei dizer exatamente qual história me cativou primeiro.

3.  Como os quadrinhos influenciaram sua vida?
Eu sou da linha de tiras, não sou leitor de Mangá. Não tive oportunidade de ler super-heróis,  meu negócio é tirinhas. O que me influencia é a possibilidade de dizer várias coisas profundas com poucas palavras, talvez com nenhuma palavra, apenas com imagens.

Os quadrinhos me ajudaram a fazer quadrinhos, ler quadrinhos, tirinhas foi fundamental para eu imitar o estilo de outras pessoas e de repente me ver desenvolvendo meu próprio estilo. Ver como os balões eram colocados, a ordem do texto, a ordem da aparição dos personagens, o espaço entre uma cena e outra, a necessidade de cenas em silêncio, como é que você constrói o tempo, a passagem do tempo, a espera através de uma cena em branco. Então a leitura de quadrinhos me ajudou a fazer quadrinhos e como eu faço quadrinhos, hoje sobrevivo graças a eles, porque eu vendo quadrinhos, a minha vida se deve à venda de quadrinhos essa é minha profissão, então, devo tudo aos quadrinhos.

4.  Na hora de ler, qual gênero de HQ prefere?


Sem dúvida alguma tirinha. Você consegue fazer muita coisa com poucas palavras, além de ser uma leitura rápida e fácil de produzir.

5.  Qual seu quadrinho favorito? Por quê?
Eu diria que é Calvin e Haroldo. Porque é engraçado, é simples, é poético, é profundo. O desenho é genial não tem comparação não existe nada igual a Calvin e Haroldo.

6 . Quando e como começou a desenhar? Acompanhou algum curso/livro?
Eu comecei a desenhar com 5 anos de idade eu já tinha o primeiro personagem, então eu lembro que eu tinha personagem desde os cinco anos, mas talvez não deve ser desenhada assim como toda criança. A minha vida foi um curso de desenho porque a minha mãe é pintora, ela é artista plástica então eu aprendi muita coisa com ela ao longo da vida, mas eu fiz um curso de Aquarela em 2014 e outro em 2015, o que me ampliou muito possibilidade de pintar com Aquarela.

7.  Como surgiu seu personagem?
O Téo surgiu em 2012. Eu tinha necessidade de ter um personagem fixo, mas eu não queria deixar de fazer os quadrinhos sem personagem fixo que eu estava fazendo chamado Croniquinhas. Mas ao mesmo tempo eu sentia necessidade de um personagem fica tipo Calvin, só que eu não queria que fosse uma coisa tão engraçada quando Calvin quanto Mafalda, a turma do Snoopy. Eu queria que houvesse um personagem fixo, mas ao mesmo tempo um mundo à parte e aí eu pensei na ideia de um personagem que observasse o mundo onde tudo pudesse acontecer. Essa é a origem do Téo.



8.  Onde busca inspiração para criar?
Busco na vida, na necessidade de dizer algo, no sentimento, na necessidade de elaborar alguma ideia, alguma coisa que eu estou sentindo ou pensando. Inspiração também em leitura, em conversas reais com outras pessoas, muitas conversas já viraram quadrinhos. Na filosofia oriental, nas mensagens da filosofia oriental, no caso do término do mundo, tudo isso.


9. Na hora de trabalhar/criar, tem alguma mania?
Eu preciso ter as coisas em ordem porque como a minha mesa é muito pequenininha, minha casa é muito pequena, se tá tudo muito bagunçado, isso interfere na feitura do desenho então eu prefiro manter as coisas em ordem, minimamente em ordem no lugar para poder começar. Outra mania que eu tenho ultimamente é fazer live enquanto eu tô desenhando. Fazer live virou um hábito agora, desenhar em conjunto com outras pessoas, desenhar com a companhia de outras pessoas, isso é uma coisa muito interessante. Eu sinto falta da live quando eu não tô desenhando e falando com alguém.



10. Qual a maior dificuldade encontrada na hora de criar?
É saber a hora de parar. Tem hora que eu extrapolo a pintura eu pinto demais não precisava e eu tenho um pouco de dificuldade para fazer o texto também para colocar os quadrinhos no lugar certo, porque não é qualquer coisa não posso fazer de qualquer jeito não mensagem não é para falar corretamente. Então é meio chato essa parte de desenhar e escrever isso para mim é difícil, mas depois vai longe.
 

11. Existe algum tema que se recusaria a usar nos seus trabalhos? Por quê?
Sim. Eu não gosto de desenhar político. Eu não gosto de desenhar coisas pontuais, momentâneas, passageiras. Já tem muita gente boa fazendo isso e eu prefiro desenhar mensagens que vão durar mais tempo. Porque se eu fizer desenhar lá o João Doria, por exemplo, alguma coisa ligada ao João Dória, isso vai passar e é local. Ah, vou dizer o Bolsonaro, faz o Bolsonaro lá falando alguma coisa do Ministro da Educação. Semana que vem, ou amanhã, ou hoje à tarde, já não tem mais validade essa charge. E ela cumpre o seu papel ali. E eu deixo para os bons chargistas fazerem esse trabalho maravilhoso que eu evito fazer porque eu não sei fazer também.


12. O que vem por aí?
O livro Téo & o Mini Mundo 2 que eu já estou juntando o material. Já tem muita tirinha para fazer um livro dois, mas eu não sei quando vai ser lançado. Tá quase pronto.

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