Pedi para a Marcia Cogitare (bio lá no fim da resenha) falar sobre uma HQ que ela gostou, além de uma pequena entrevista no final... Vale a pena conferir!
Sweet Tooth – Jeef Lemire - Vertigo
Este quadrinho apareceu por aqui em 2012 para
substituir o incrível Y, Último Homem que traz a mesma temática, um mundo pós
apocalíptico onde no caso de Y, apenas um único homem sobrevive em um mundo dominado
pelas mulheres e ai começa toda a encrenca.
Sweet Tooth também acontece no mesmo tipo de ambiente,
milhares de pessoas foram dizimadas por uma praga (não se sabe exatamente o que
é nos primeiros números), e neste meio tempo começam a nascer crianças hídridas
(um mix entre humano e animal).
No 1° número nos é apresentado o garoto Gus, um
hídrido de cervo e humano, que tem 9 anos, o que é bastante estranho, porque
nos é dito que a praga aconteceu a exatos da 7 anos, então Gus foi o 1° hídrido
e nascido antes da praga, é isso mesmo produção?.
Gus vive com seu pai numa floresta, totalmente isolados
do mundo exterior, pra você ter ideia, Gus nunca viu outra pessoa fora seu pai,
já que sua mãe faleceu quando ele ainda era muito pequeno.
O pai é um homem extremamente religioso, e
praticamente doutrina o pequeno Gus, dizendo que lá for a só existem pecadores
e pessoas más, que ele nunca deveria sair da floresta.
Mas como a vida não é como planejamos, acaba
acontecendo um episódio que faz Gus ter que sair da floresta, neste ponto temos
a aparição do mothurfucker Jeppert, que fará o papel de anti herói e “protetor”
do Gus.
Curto muito a forma que Lemire aos poucos vai
trabalhando os personagens, nada é o que parece , essa coisa dúbia cai muito
bem neste tipo de história. Tudo é incerto.
Outra coisa muito positiva, é a maneira que ele vai
soltando os plot twist e nos deixando malucos. Você chega a
pensar que ele não conseguirá amarrar tantas pontas soltas, mas calma,
ele consegue fechar tudo muito redondinho.
A única coisa que no inicio eu não curti tanto, foi a arte tosca do Lemire, mas a medida que
avançava na história eu me acostumava com os rabiscos do cara, agora acho até
que combina muito bem com o enredo.
Os enquadramentos também são bem interessantes e fugem
totalmente do tradicional, é algo bem orgânico.
Outra coisa , quando ler o quadrinho, preste bastante
atenção nos olhos dos personagens, existe muitos planos detalhes (recurso
cinematográfico) que o autor usa e abusa aqui.
Temos muitos temas interessantes que são tratados
neste quadrinho – religião, a maldade humana, ética na medicina... Penso que dá
pra fazer vários contrapontos com nossa própria realidade moderna.
Quem gosta de The Walking Dead com certeza cairá de
amores por Sweet Tooth.
Bem , tentei falar o mínimo possível sobre o quadrinho
para não dar nenhum spoiler aos que irão ler. Espero que gostem do quadrinho
tanto quando eu.
Sweet Tooth foi publicado no Brasil em 2012 - 2014
pela Panini em 6 encadernados de capa cartonada.
Gostaria de agradecer ao Corujice Literária pelo
convite, amei passar um tempo por aqui compartilhando um pouquinho do meu amor
pelos quadrinhos.
Música que me acompanhou durante a leitura de Sweet
Tooth, What´up – 4 Non Blondes
Marcia Reis, mas na net sou conhecida por Marcia Cogitare, muito mais cool na minha
opinião
Bio: Ex-Teóloga,
que cultiva um amor insano por literatura, quadrinhos e música. Morreria
comendo pão de alho com café com leite e ainda tem esperanças de aprender a
tocar guitarra. De uns tempos para cá, percebeu que a nona arte tem ganhado um
espaço cada vez maior entre seus hobbies.
Sou
colunista do Blog Surtos Literários e podcaster , também escrevo sobre cinema
no site Formiga Elétrica
1.
Como e quando você começou a se interessar pelas HQs?
Eu era muito criança, não lembro a idade exata, mas me
lembro que tinha um vizinho sem noção da vida, que me dava caixas e mais caixas
de Conan, impróprio pra minha idade, mas lia Mônica, Tio Patinhas e Menino
Maluquinho também neste período.
2.
Lembra qual foi o primeiro quadrinho que te cativou?
Com certeza foi o Conan, só não me lembro que arco
exatamente.
3.
Como os quadrinhos influenciaram sua vida?
O que os quadrinhos me trouxeram de melhor, foi
possibilidade de conhecer pessoas que também curtem a nona arte assim como eu. Como
também, os quadrinhos funcionam pra mim como um escape do estresse do dia a
dia, como se fosse um tipo de terapia.
4.
Na hora de ler, qual gênero de HQ prefere?
Gosto de quadrinhos mais densos, que te forçam a pensar,
mas claro que leio de tudo, tendo uma boa história, topo qualquer parada.
5.
Qual seu quadrinho favorito? Por quê?
Tenho vários quadrinhos favoritos, mas Batman A Piada Mortal
foi bem marcante pra mim, nunca tinha visto o Batman de forma tão crua e dúbia,
eu realmente temi pelo personagem nesta história.
6.
Coleciona HQ?
7.
Quando começou a colecionar? Quantos exemplares estima ter
hoje?
Uns 5 anos pra cá, nunca contei. Como acabo mesclando
minhas leituras entre exemplares físicos e digitais, acabo por não comprar
tanto quanto gostaria.
8.
Qual o mais caro? O mais raro? E o queridinho da coleção?
O mais caro é o Storyteller de Alan Moore edição britânica,
vem com um cd com ele cantando (bizarro). Meu queridinho, sem dúvida, é
Watchmen, por ter sido o 1° quadrinho que li depois de adulta e que me fez
nunca mais parar de consumir esta mídia.
9.
Algum recado para os leitores?
Se você ainda não conhece o mundo da nona arte, comece por
quadrinhos que se assemelham ao seu gosto literário, tenho certeza que encontra
algo que lhe agrade.
Oi Márcia E seu humor ácido rs ...
ResponderExcluirMuita vontade de ler esse quadrinho
sempre que vejo algo do Alan Moore lembro de vc
Adorei a resenha
Bjooo
Valew Camila, rs - e leia o chifrudinho é bem bacana
ExcluirHug :D