quinta-feira, 23 de julho de 2015

ESPECIAL QUADRINHOS: Resenha Sweet Tooth e entrevista com Marcia Cogitare






Pedi para a Marcia Cogitare (bio lá no fim da resenha) falar sobre uma HQ que ela gostou, além de uma pequena entrevista no final... Vale a pena conferir!


 Sweet Tooth – Jeef Lemire - Vertigo



Este quadrinho apareceu por aqui em 2012 para substituir o incrível Y, Último Homem que traz a mesma temática, um mundo pós apocalíptico onde no caso de Y, apenas um único homem sobrevive em um mundo dominado pelas mulheres e ai começa toda a encrenca.
 
Sweet Tooth também acontece no mesmo tipo de ambiente, milhares de pessoas foram dizimadas por uma praga (não se sabe exatamente o que é nos primeiros números), e neste meio tempo começam a nascer crianças hídridas (um mix entre humano e animal).



No 1° número nos é apresentado o garoto Gus, um hídrido de cervo e humano, que tem 9 anos, o que é bastante estranho, porque nos é dito que a praga aconteceu a exatos da 7 anos, então Gus foi o 1° hídrido e nascido antes da praga, é isso mesmo produção?.

Gus vive com seu pai numa floresta, totalmente isolados do mundo exterior, pra você ter ideia, Gus nunca viu outra pessoa fora seu pai, já que sua mãe faleceu quando ele ainda era muito pequeno.

O pai é um homem extremamente religioso, e praticamente doutrina o pequeno Gus, dizendo que lá for a só existem pecadores e pessoas más, que ele nunca deveria sair da floresta.

Mas como a vida não é como planejamos, acaba acontecendo um episódio que faz Gus ter que sair da floresta, neste ponto temos a aparição do mothurfucker Jeppert, que fará o papel de anti herói e “protetor” do Gus.

Curto muito a forma que Lemire aos poucos vai trabalhando os personagens, nada é o que parece , essa coisa dúbia cai muito bem neste tipo de história. Tudo é incerto.

Outra coisa muito positiva, é a maneira que ele vai soltando os plot twist e nos deixando malucos. Você  chega a  pensar que ele não conseguirá amarrar tantas pontas soltas, mas calma, ele consegue fechar tudo muito redondinho.

A única coisa que no inicio eu não curti tanto,  foi a arte tosca do Lemire, mas a medida que avançava na história eu me acostumava com os rabiscos do cara, agora acho até que combina muito bem com o enredo.

Os enquadramentos também são bem interessantes e fugem totalmente do tradicional, é algo bem orgânico.
 
Outra coisa , quando ler o quadrinho, preste bastante atenção nos olhos dos personagens, existe muitos planos detalhes (recurso cinematográfico) que o autor usa e abusa aqui.

Temos muitos temas interessantes que são tratados neste quadrinho – religião, a maldade humana, ética na medicina... Penso que dá pra fazer vários contrapontos com nossa própria realidade moderna.
Quem gosta de The Walking Dead com certeza cairá de amores por Sweet Tooth.
 
Bem , tentei falar o mínimo possível sobre o quadrinho para não dar nenhum spoiler aos que irão ler. Espero que gostem do quadrinho tanto quando eu.
 
Sweet Tooth foi publicado no Brasil em 2012 - 2014 pela Panini em 6 encadernados de capa cartonada.

Gostaria de agradecer ao Corujice Literária pelo convite, amei passar um tempo por aqui compartilhando um pouquinho do meu amor pelos quadrinhos.
 
Música que me acompanhou durante a leitura de Sweet Tooth, What´up – 4 Non Blondes



                                                                                                                                                                  





Marcia Reis, mas na net sou conhecida por Marcia Cogitare, muito mais cool na minha opinião

Bio: Ex-Teóloga, que cultiva um amor insano por literatura, quadrinhos e música. Morreria comendo pão de alho com café com leite e ainda tem esperanças de aprender a tocar guitarra. De uns tempos para cá, percebeu que a nona arte tem ganhado um espaço cada vez maior entre seus hobbies.

Sou colunista do Blog Surtos Literários e podcaster , também escrevo sobre cinema no site Formiga Elétrica


1.               Como e quando você começou a se interessar pelas HQs?

Eu era muito criança, não lembro a idade exata, mas me lembro que tinha um vizinho sem noção da vida, que me dava caixas e mais caixas de Conan, impróprio pra minha idade, mas lia Mônica, Tio Patinhas e Menino Maluquinho também neste período.

2.               Lembra qual foi o primeiro quadrinho que te cativou?
 
Com certeza foi o Conan, só não me lembro que arco exatamente.

3.               Como os quadrinhos influenciaram sua vida?

O que os quadrinhos me trouxeram de melhor, foi possibilidade de conhecer pessoas que também curtem a nona arte assim como eu. Como também, os quadrinhos funcionam pra mim como um escape do estresse do dia a dia, como se fosse um tipo de terapia.

4.               Na hora de ler, qual gênero de HQ prefere?
Gosto de quadrinhos mais densos, que te forçam a pensar, mas claro que leio de tudo, tendo uma boa história, topo qualquer parada.

5.               Qual seu quadrinho favorito? Por quê?

Tenho vários quadrinhos favoritos, mas Batman A Piada Mortal foi bem marcante pra mim, nunca tinha visto o Batman de forma tão crua e dúbia, eu realmente temi pelo personagem nesta história.


6.               Coleciona HQ?

Tenho algumas, não posso dizer que coleciono no sentido real do conceito.




7.               Quando começou a colecionar? Quantos exemplares estima ter hoje?

Uns 5 anos pra cá, nunca contei. Como acabo mesclando minhas leituras entre exemplares físicos e digitais, acabo por não comprar tanto quanto gostaria.

8.               Qual o mais caro? O mais raro? E o queridinho da coleção?

O mais caro é o Storyteller de Alan Moore edição britânica, vem com um cd com ele cantando (bizarro). Meu queridinho, sem dúvida, é Watchmen, por ter sido o 1° quadrinho que li depois de adulta e que me fez nunca mais parar de consumir esta mídia.

9.               Algum recado para os leitores?

Se você ainda não conhece o mundo da nona arte, comece por quadrinhos que se assemelham ao seu gosto literário, tenho certeza que encontra algo que lhe agrade.

2 comentários:

  1. Oi Márcia E seu humor ácido rs ...
    Muita vontade de ler esse quadrinho
    sempre que vejo algo do Alan Moore lembro de vc
    Adorei a resenha

    Bjooo


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    Respostas
    1. Valew Camila, rs - e leia o chifrudinho é bem bacana

      Hug :D

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